Geral comportamento sexual

A importância da vacinação contra HPV na prevenção de cânceres

O papilomavírus humano (HPV) é um vírus sexualmente transmissível e os subtipos de alto risco são responsáveis por praticamente todos os cânceres do colo do útero.

Por Da Redação

18/07/2024 às 20:32:19 - Atualizado há

O papilomavírus humano (HPV) é um vírus sexualmente transmissível e os subtipos de alto risco são responsáveis por praticamente todos os cânceres do colo do útero. Ele também é responsável por uma proporção significativa de câncer anal, de orofaringe, de vulva (29-43%), de vagina (70%) e de pênis (35%-40%). A maioria das infecções pelo HPV, incluindo aquelas com os subtipos de alto risco, normalmente se resolvem em 12 meses. Embora nem todas as infecções persistentes evoluam para câncer, as infecções que persistem por mais de 12 meses aumentam a probabilidade de lesões pré-cancerosas ou cancerígenas. As vacinas contra o HPV foram desenvolvidas para proteger da infecção e, consequentemente, das doenças a ela relacionadas. Temos disponíveis no Brasil as vacinas nonavalente e a quadrivalente que, além de prevenir os cânceres resultantes da infecção persistente pelo HPV, também oferecem proteção contra verrugas anogenitais que, embora sejam lesões benignas, estão associadas à morbidade física e psicológica.

Dados de estudos clínicos sugerem que a vacinação contra o HPV é mais eficaz entre os indivíduos que não foram infectados previamente. Sendo assim, dentro da faixa etária recomendada, o momento ideal para a imunização é antes do início da vida sexual. Teste de Papanicolau anormal, verrugas genitais ou infecção por HPV não são contraindicações à vacinação, apesar da imunização ser menos benéfica para aqueles previamente infectados com um ou mais subtipos de HPV contidos na vacina. O Ministério da Saúde aderiu, recentemente, à recomendação da OMS, orientando uma única dose da vacina quadrivalente para meninas e meninos entre 9 e 14 anos. Pessoas com HIV/AIDS, transplantadas de órgãos sólidos e de medula óssea, pacientes com câncer e aqueles com papilomatose respiratória recorrente (PPR) devem tomar três doses. Ela pode ser administrada com segurança ao mesmo tempo que outras vacinas apropriadas à idade, num local anatômico diferente.

O efeito preventivo das vacinas contra HPV foi melhor estudado no câncer do colo do útero, um dos tumores femininos mais comuns em todo o mundo. Neste caso, a vacinação é eficaz na prevenção das doenças precursoras do câncer (as chamadas neoplasias intraepiteliais cervicais e o adenocarcinoma in situ). Este dado foi demonstrado em grandes estudos e foi apoiado por dados populacionais de regiões que relataram declínios na incidência de doenças cervicais após vacinação generalizada.

Também demonstraram reduções substanciais na incidência do câncer de colo do útero após o início dos programas nacionais de vacinação contra o HPV. Além da redução das lesões precursoras do câncer cervical, foi demonstrado que as vacinas quadrivalentes e nonavalentes contra o HPV também reduzem a incidência das lesões precursoras do câncer vaginal e de vulva (neoplasias intraepiteliais vaginal e vulvar). Importante lembrar que as vacinas contra o HPV têm segurança documentada nos estudos clínicos, e os dados após aprovação apoiam este perfil de segurança.

Apesar de eficaz e segura, a cobertura da vacinação contra HPV está aquém do desejado. As intervenções para melhorar a adesão à vacina contra o HPV incluem lembretes aos pacientes, intervenções centradas nos médicos (alertas para lembrar os médicos de oferecer a vacinação), programas de vacinação baseados nas escolas e estratégias de marketing social. Apesar de algumas pesquisas com pais de meninas adolescentes identificarem uma preocupação com a promiscuidade sexual após a recepção da vacina contra o HPV, os estudos não apoiaram uma associação entre a vacinação e o aumento do comportamento sexual.

Os profissionais de saúde devem estar cientes de que o status de vacinação da paciente contra o HPV não tem impacto nas recomendações de rastreio do câncer de colo do útero. Assim, o rastreamento com exames preventivos deve seguir conforme o recomendado pelo Ministério da Saúde independente de vacinação.

*Por Dr. Eduardo Paulino

Oncologia Clínica
CRM/RJ: 82334-1 RQE 30861

Fonte: Jovem Pan
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