Preso por morte em ônibus também é denunciado por transfobia

Vagner do Prado, de 41 anos, foi denunciado pelos crimes de homicídio qualificado, corrupção de menor e transfobia. Ele está preso, desde o dia 16, pela morte de Oziel Branques dos Santos, que tinha 40 anos, e foi assassinado a golpes de faca. O crime aconteceu dentro de um ônibus biarticulado da linha Santa Cândida/Capão Raso, em Curitiba.

O passageiro foi atingido quando tentou defender um casal homoafetivo, que era alvo de agressões e ofensas, no interior do coletivo. No momento da ocorrência, o homem estava acompanhado do sobrinho, um adolescente de 17 anos. A denúncia observa que ele segura a vítima, enquanto o jovem ataca o passageiro. Ele foi atingido por 16 vezes.

A promotora Ticiane Louise Santa Pereira destaca as três qualificadoras do homicídio: motivo torpe, emprego de meio cruel e praticado mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, por envolver um adolescente, o homem foi denunciado por corrupção de menor.

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O adolescente também está detido. Ele responde na Vara da Infância e da Juventude. O processo corre sob sigilo. A denúncia contra o passageiro de 41 anos, que agredia e ofendia o casal dentro do ônibus, também cita a ocorrência de transfobia. A injúria dessa natureza foi equiparada ao crime de racismo.

No dia do homicídio, Vagner do Prado tinha um pedido de prisão preventiva em aberto. Ele era investigado pela morte de outras duas pessoas, no intervalo de dez dias. A primeira vítima era a mulher do suspeito, de 31 anos, também assassinada com um golpe de faca no pescoço. No dia seguinte, a polícia chegou a pedir a prisão preventiva do homem, mas a solicitação ainda não tinha sido analisada no Tribunal de Justiça.

Dez dias depois, algumas horas antes do ataque dentro do ônibus, Vagner do Prado também foi acusado pela morte de um rapaz de 24 anos, no Centro de Curitiba. O homem foi outra vítima de golpes de faca. Semana passada, o Tribunal de Justiça informou à reportagem que a eventual demora na análise do pedido de prisão seria apurada.

Informações: Cleverson Bravo / Vanessa Fontanella