Geral Toledo

A paciência de Deus como resposta à pressa do ser humano

Há momentos na vida em que as esperanças individuais e coletivas parecem uma luzinha fraca.

Por Da Redação

16/06/2024 às 14:40:12 - Atualizado há

Há momentos na vida em que as esperanças individuais e coletivas parecem uma luzinha fraca. Os acontecimentos no mundo e em nossa vida pessoal parecem transcorrer em modo lento e fragmentado. Queremos que as coisas aconteçam rapidamente. Hoje a liturgia da Palavra nos ajuda a olhar a vida de um outro ponto de vista. O tempo de Deus é diferente do nosso. A Palavra de Deus nos convida a buscar sementes de esperança onde tudo parece desolado e triste. No transcorrer da vida se confrontam a pressa do homem e o tempo de Deus.

Jesus é o semeador da boa nova do Reino. As parábolas nos auxiliam a compreender o modo de Deus se manifestar. Da nossa parte cabe ouvir, acolher e viver o que é anunciado. A força oculta do Reino de Deus vem até nós de graça. É preciso crer na semente da Palavra, acompanhar a sua maturação e confiar no futuro da colheita. É que nos propõe São Marcos no evangelho deste 11º Domingo do Tempo Comum (Mc 04, 26-34).

O Reino de Deus é o centro da vida e da pregação de Jesus. "O tempo se realizou e o Reino de Deus está próximo; convertei-vos e crede no Evangelho". Este é o anúncio do jovem profeta de Nazaré a todos que encontra pelos caminhos e nas praças da Galileia. O Reino é a presença de Deus entre nós e é preciso olhos especiais para perceber que o Reino é Jesus. Por isso não há mais tempo a perder; é necessário tomar uma decisão: acolher a pessoa de Jesus. Quem não se envolver coloca em risco a própria salvação.

Hoje duas parábolas nos são apresentadas para comunicar que Deus já iniciou o seu projeto: A primeira parábola é a do grão que germina e cresce por si só. A parábola mostra a intervenção do agricultor apenas no ato de semear e no ato de colher. A questão essencial não é o que o agricultor faz, mas o dinamismo vital da semente. O resultado não depende dos esforços e da habilidade do homem, mas sim do dinamismo da semente que foi lançada à terra. A segunda parábola é a do grão de mostarda. O evangelista quer colocar em destaque o contraste entre a pequenez da semente e a grandeza da árvore. A comparação serve para dizer que a semente do Reino, lançada pelo anúncio de Jesus, está viva e atuante. Não importa o seu tamanho, ela quer atingir todos os povos e culturas.

A fé autêntica não é resultado dos nossos méritos ou das obras de nossas mãos. O ser humano é chamado a realizar com responsabilidade o que lhe é pedido, uma vez que a semente foi jogada, o futuro está nas mãos de Deus e não nas nossas. A tentação que aparece muitas vezes na Bíblia não é o ateísmo, mas a idolatria: esquecer que só Deus é Deus. Crer significa acreditar em Deus que se manifesta além de nossas expectativas fundamentadas na lógica da eficiência.

É preciso compreender que Deus nos ultrapassa e nos surpreende. A esperança é a capacidade de entender que certos acontecimentos críticos de nossa vida têm o poder de nos conduzir na direção de outras margens, na direção de outras metas muitas vezes escondidas de nossa inteligência, mas não da sabedoria de Deus que tudo reconduz movido pelo seu projeto de amor.

As duas parábolas querem despertar em nós a confiança em Deus, somente Ele foi capaz de transformar aquela pequena comunidade de cristãos nesta árvore frondosa onde muitos encontram abrigo e coragem para continuar a missão de Jesus. O Reino de Deus não nasce grande e deslumbrante; são essenciais atitudes de paciência e espera confiante sem deixar de lado a ousadia e a coragem.

Dom João Carlos Seneme, css
Bispo de Toledo

Fonte: Toledo News
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