"E a gente tem não só o Telegram, mas várias outras plataformas que chegaram (?), que não têm representação no Brasil e que é muito difícil conseguir uma interlocução", falou. "Como a nossa preocupação [é] muito grande para 2022, é importante agora a gente, enfim, diplomaticamente, chegar nelas."
Aline afirmou considerar que uma das prioridades é que as plataformas elaborem regras de moderação de conteúdo específicas para contextos eleitorais.
"A nossa ideia é trabalhar com elas [plataformas], para que aprofundem essas políticas, para que, de antemão, já se saiba no Brasil o que vai acontecer com perfis que aleguem, indevidamente, fraude no resultado eleitoral, que não reconheçam o resultado eleitoral ou que tenha supressão de voto", declarou.
Questionada sobre o WhatsApp e as mudanças feitas na plataforma depois da eleição de 2018 –como a proibição de disparo de mensagem em massa– , Aline afirmou que as alterações "foram importantes".
"Mas, é claro, o WhatsApp é um aplicativo de mensagem privada, então você tem um limite em relação à criptografia", disse.
"O nosso projeto é avançar junto ao WhatsApp, entender, das políticas que eles têm aplicado, no mundo todo, se há algum outro tipo de restrição que pode ajudar a reduzir o conteúdo viral no aplicativo, e manter e expandir o canal de denúncias de disparos em massa. Eu acho que esse canal para 2022 tem que ser ainda mais divulgado."
O Congresso discute a adoção do voto impresso. Sobre isso, Aline disse que o TSE já tem ações planejadas.
"Nós temos uma grande campanha sobre o funcionamento, segurança da votação eletrônica, que vai ser produzida agora, deve ser lançada até o final do ano, com informações para o público em geral sobre as seguranças já existentes", falou.
"O segundo ponto é o lançamento de um programa de tecnologias abertas. É um programa de longo prazo, de médio prazo que começa agora. Então a gente está estudando as formas de aproximação maior do tribunal com a comunidade de especialistas e experts em tecnologia."
O presidente Jair Bolsonaro é a favor da proposta e já afirmou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é o "pai do voto impresso". Também disse que sem voto auditável em 2022, o presidente Lula pode ganhar o pleito "pela fraude".
A proposta defendida pelo presidente acumula derrotas desde a primeira vez que foi sancionada, em 2002. Críticos afirmam que a medida colocaria em risco o sigilo do voto. Em 20 anos, as 3 leis que estabeleciam o voto impresso enfrentaram resistência e foram derrubadas.
O novo modelo também encontra resistência na população. De acordo com o PoderData, 46% são contra o comprovante impresso para auditar o voto digital.