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'O rio só quer passar': novo documentário do BdF mostra ponto de vista dos atingidos pelas enchentes no RS

O Brasil de Fato lança nesta quarta-feira (5) o documentário O rio só quer passar: tragédia climática no Rio Grande do Sul.

Por Da Redação

05/06/2024 às 23:10:34 - Atualizado há
Foto: Brasil de Fato

O Brasil de Fato lança nesta quarta-feira (5) o documentário O rio só quer passar: tragédia climática no Rio Grande do Sul. O vídeo está disponível no canal do BdF no YouTube.

O filme retrata o impacto social das cheias extremas no Rio Grande do Sul a partir dos depoimentos de moradores de áreas urbanas, assentados da reforma agrária, indígenas e quilombolas.

Para produzir o documentário, o Brasil de Fato percorreu durante uma semana as áreas mais devastadas nas cheias extremas de maio de 2024, as regiões de Porto Alegre e do Vale do Taquari.

"Embora muito duros de ouvir, os relatos que colhemos mostram que os atingidos não são só atingidos. Eles também têm muito a dizer sobre soluções para a questão climática. O que mais nos comoveu foi a solidariedade popular de quem perdeu tudo", contou Murilo Pajolla, repórter do BdF que trabalhou no filme.

O documentário O rio só quer passar: tragédia climática no Rio Grande do Sul tem reportagem de Murilo Pajolla e Vitor Shimomura e montagem e direção de fotografia de Vitor Shimomura.

Fala de atingido inspirou título do filme

O cenário mais devastador mostrado no documentário fica em Arroio do Meio, na bacia do rio Taquari, a 120 quilômetros de Porto Alegre (RS). A cidade mais parece ter sido atingida por um bombardeio.

"O rio só quer passar", disse Fabrício Henrique, em Arroio do Meio (RS), em meio aos escombros da sua casa. Com a tragédia, o operador de máquinas desistiu de criar seu filho no bairro onde ele cresceu, banhado pelo Taquari. "Enquanto tiver progresso, teremos enchentes", ponderou.

Em Eldorado do Sul (RS), região de Porto Alegre, a reportagem encontrou uma cidade 100% submersa. Um eldoradense criticou a falta de prevenção de desastres climáticos. "O estado mínimo retirou a proteção ambiental dos rios que alagaram", disse Álvaro Azevedo, com água até os joelhos.

Nos assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que abastecem a maior produção de arroz orgânico da América Latina, o cenário é de destruição total.

Assentados da reforma agrária popular contabilizam os prejuízos e pedem medidas do governo federal para viabilizar a recuperação, como o reassentamento para fora de áreas de risco ou o perdão de dívidas contraídas para financiar a safra.

Impacto em indígenas e quilombolas

"Nossos ancestrais dizem que vai continuar assim [com enchentes], nem branco nem indígena vão escapar", disse o cacique Roberto Gimenes, do povo Guarani Mbya. Por isso, a tekoha Pindó Poty, do povo Guarani Mbya, precisa urgentemente ser demarcada. É o único jeito de os indígenas poderem finalmente ir morar em uma área seca, que atualmente é ocupada por fazendeiros, afirma.

No quilombo urbano Areal da Baronesa, em Porto Alegre (RS), uma moradora lembra que sua avó havia sido afetada pelas cheias de 1941, até então a maior em território gaúcho. "Agora chegou minha vez", disse com resignação.

Desastre histórico

Em maio deste ano no Rio Grande do Sul, cheias extremas afetaram 2,3 milhões de pessoas. Mais de 600 mil tiveram que deixar suas casas. 77 mil moradores foram resgatados e 95% dos municípios gaúchos foram atingidos, conforme a Defesa Civil. Até esta terça-feira (4), o número de mortos chegava a 172.

Em Porto Alegre, o Guaíba bateu recorde de 5,3 metros e atingiu 242 mil domicílios na Região Metropolitana de Porto Alegre, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA) e da Defesa Civil gaúcha. O nível superou a maior cheia registrada até então, a de 1941, quando o Guaíba bateu os 4,7 metros.

O Rio Taquari, que percorre a Região dos Vales, superou a cota de inundação e chegou a 31,2 metros, a maior marca da história, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Eldorado do Sul, na região de Porto Alegre, foi a cidade proporcionalmente mais atingida. 100% do município foi submerso pelo rio Jacuí. Dos 40 mil habitantes, 32 mil foram forçados a deixar suas casas, conforme a prefeitura.

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