Delegado dá mais detalhes de caso de adolescente de Toledo sequestrada e resgatada em Santa Catarina

Na manhã desta segunda-feira (03), o delegado-chefe da 20ª Subdivisão Policial de Toledo (20ª SDP), Alexandre Macorin, concedeu uma entrevista coletiva e deu mais detalhes sobre o caso de uma adolescente de 14 anos, residente em Toledo, a qual foi sequestrada e resgatada em Ermo, município de Santa Catarina.

A adolescente estava desaparecida desde o dia 14 de maio e desde então, a família não teve qualquer contato com ela. Conforme o delegado, a suspeita do sequestro veio após as investigações terem chegado a conversas suspeitas em um jogo online. "O telefone dela foi desligado imediatamente, todos os sigilos possíveis e imagináveis foram quebrados. Ela não tinha contato com praticamente ninguém e na Nuvem não existiam detalhes de contatos, mas através de um jogo online chamado "Free Fire", nós localizamos alguns contatos que ela estava tendo, alguns deles suspeitos, sendo que um deles era com um indivíduo acusado de sequestro no Rio Grande do Sul, no ano de 2017. A partir daí passamos a investigá-lo e descobrimos que ele esteve em Toledo justamente no dia do desaparecimento, entre às 04h30 e 05h30", informou Macorin.

O delegado ainda informou que o indivíduo alugou um veículo na cidade de Porto Alegre-RS e que este automóvel esteve no município de Toledo e retornou imediatamente.

As investigações e diligências contaram com o apoio da Polícia Civil de Canoas-RS, da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e o Tático Integrado de Grupos de  Repressão Especial (Tigre).

"O Draco e o Grupo Tigre chegaram ao endereço do sequestrador em Ermo-SC. Eles efetuaram o resgate da adolescente. O indivíduo foi preso e está no Presídio de Araranguá-SC e ainda descobrimos que em 2020 outro Boletim de Ocorrência (B.O) da mesma natureza havia sido registrado contra ele", disse Macorin.

Em um primeiro momento, a garota foi trazida para Curitiba-SC, logo a Polícia Civil de Toledo se deslocou para lá. Em seguida, ela foi transportada para o nosso município. A vítima encontra-se com o Conselho Tutelar local e ficará sob a tutela do órgão até que o Poder Judiciário libere para que ela possa ser ouvida pelas autoridades. Só então, poderá retornar para a sua família.

Ainda conforme Macorin, o sequestrador revendia roupas e armas utilizadas no jogo e com uma suposta confiança adquirida foi tendo acesso a vida íntima da garota.

A adolescente teria tido relação sexual com o indivíduo, no entanto as circunstâncias ainda estão sendo apuradas pelas autoridades. Em um dos casos anteriores houve o relato de relação sexual não consentida.

Outro indivíduo teria colaborado com o sequestro e teve o seu pedido de prisão solicitado. Ele colaborou com as investigações e foi determinante para que a Polícia chegasse a localização da menina.

Por fim, o delegado evidenciou que nenhum familiar, amigo ou vizinho sabia da situação e que a garota já conversava com o sequestrador há meses.

Por fim, o delegado aproveitou a entrevista coletiva para fazer um alerta sobre os jogos eletrônicos. "Muitas vezes esses jogos eletrônicos estão colocando dentro das casas pessoas desconhecidas e é muito difícil para a Polícia fazer esse rastreamento e identificação. Por isso o alerta, muito cuidado com esses jogos eletrônicos, principalmente entre adolescentes".