Uma mulher foi presa por stalking depois de perseguir durante cinco anos um médico e sua família, em Ituiutaba, cidade do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais.
O médico e sua mulher registraram 42 boletins de ocorrência por perturbação do sossego, lesão corporal, ameaça e extorsão.
Ao “Fantástico”, o médico disse que havia sido procurado pela jovem para tratar uma depressão, mas ela passou a tentar um relacionamento. Como ele se negava, ela enviava mensagens em que amarrava uma corda ao pescoço e simulava um enforcamento. Depois passou a ameaçar de enviar conversas que eles tiveram à mulher dele. Em um dia, ela chegou a enviar 1.300 mensagens e a fazer mais de 500 ligações por celular.
O médico relatou que a jovem apareceu em congressos que ele participava em outras cidades e ainda o perseguiu no trânsito, o que o obrigou a trafegar na contramão para se livrar da perseguição.
Em uma das ocasiões, a jovem invadiu o consultório do médico que atendia uma paciente e agrediu a mulher dele. A estudante teria ainda furtado o celular da mulher do médico dentro da clínica, o que levou a Justiça a expedir um mandado de prisão contra ela. A defesa da jovem conseguiu que ela fosse liberada com a imposição de medidas cautelares, mas a denunciada não cumpriu as exigências. Um novo mandado de prisão foi expedido contra ela.
A ordem judicial foi cumprida pela Delegacia de Homicídios de Uberlândia. Os celulares da jovem foram apreendidos para uma perícia. Ela foi levada para a ala feminina da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia.
O stalking (perseguição, em inglês) é a prática de perseguir uma pessoa de forma sistemática, postando comentários invasivos em suas redes sociais, fazendo ligações telefônicas de forma insistente e incômoda. Seguir a rotina da pessoa fazendo abordagens inconvenientes também pode ser uma forma de stalking. A prática passou a ser considerada crime em março de 2021, quando foi incluída no Código Penal. A pena é de seis meses a dois anos de reclusão e multa.
Ao “Fantástico”, a defesa de Kawara Welch disse que o médico e sua cliente tiveram um relacionamento e que ela apenas buscava manter a relação. A defesa negou os crimes imputados à mulher. Já o advogado do médico disse que jamais houve relacionamento entre eles e, ainda que houvesse, não justificaria a conduta da acusada.
A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Kawara. O espaço está aberto para a manifestação da defesa.
*Com informações do Estadão Conteúdo