Durante uma sessão na terça-feira (14) da Câmara de Vereadores da cidade de Caxias do Sul, na Serra gaúcha, o vereador Sandro Fantinel (PL-RS) afirmou que vai propor uma lei que visa derrubar árvores e mata nativa no município para “evitar desastres”.
Durante uma sessão na terça-feira (14) da Câmara de Vereadores da cidade de Caxias do Sul, na Serra gaúcha, o vereador Sandro Fantinel (PL-RS) afirmou que vai propor uma lei que visa derrubar árvores e mata nativa no município para “evitar desastres”. Segundo o parlamentar, o "peso das árvores” causa deslizamentos.
Na tribuna da Câmara, Sandro afirmou que vai propor uma lei para retirada da vegetação “cinco metros para cada lado” das estradas principais de Caxias do Sul. Segundo o vereador, a tragédia socioambiental que está ocorrendo no Rio Grande do Sul se deve ao fato de o estado “ter muito verde”.
“Não interessa se é mata nativa, não interessa se é pinheiro. O que é que vale? A vida humana”, disse.
Sandro disse, ainda, que as leis ambientais são “extremas” e atualmente impedem o desenvolvimento do estado.
Sandro Fantinel foi rebatido por outro parlamentar. O vereador Rafael Bueno (PDT), formado em geografia, afirmou que Fantinel estaria “vendo muito vídeo de WhatsApp” e espalhando mentiras. “Como é que o senhor faz incentivo ao desmatamento?”, questionou.
Em fevereiro do ano passado, também em sessão da Câmara dos Vereadores de Caxias do Sul, Sandro Fantinel ofendeu trabalhadores baianos encontrados em condição análoga à escravidão em Bento Gonçalves.
À época, o parlamentar disse que empresas e produtores rurais deveriam contratar funcionários “limpos” para a colheita da uva, e não deveriam buscar “aquela gente lá de cima”.
Após a repercussão do caso, Sandro publicou um vídeo se desculpando. “Registro que tenho muito apreço ao povo baiano e a todos do Norte e Nordeste do país”, disse na ocasião.
Fantinel, hoje no PL, foi expulso do Patriotas após o episódio. Indiciado por racismo, ele chegou a passar por processo de cassação na Câmara pelas falas preconceituosas contra os baianos. Em maio de 2023, a perda de mandato foi rejeitada por 9 votos a 13.