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Mutirão para colocação de DIU em Paranaguá: autonomia, saúde e planejamento familiar para mulheres

O mutirão de colocação de DIU acontecerá no próximo sábado (18), no Centro de Referência à Saúde da Mulher, no Centro.

Por Da Redação

14/05/2024 às 19:07:03 - Atualizado há
O mutirão de colocação de DIU acontecerá no próximo sábado (18), no Centro de Referência à Saúde da Mulher, no Centro. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral

No próximo sábado (18), mulheres de Paranaguá terão a oportunidade de conquistar mais autonomia sobre seus corpos e planos de vida através do mutirão de inserção de DIU, realizado pela Secretaria Municipal de Saúde e pela Fundação de Assistência à Saúde de Paranaguá (FASP). O evento, que acontecerá das 7h às 17h no Centro de Referência à Saúde da Mulher, visa facilitar o acesso ao método contraceptivo de longa duração e conscientizar sobre seus benefícios.

Este será o segundo mutirão realizado pelo Município, repetindo o sucesso do anterior, que beneficiou 60 mulheres, em julho de 2023. Este ano, além de atender outras 60 interessadas com o DIU de cobre, o evento também disponibilizará cinco Mini-DIUs para adolescentes sexualmente ativas, com o objetivo de promover uma contracepção segura e eficaz. Três ginecologistas estarão presentes para realizar as inserções, utilizando kits descartáveis para garantir a segurança e higiene do procedimento.


Método seguro e eficaz


O DIU de cobre, ou Dispositivo Intrauterino, é um método contraceptivo reversível que pode ser utilizado por até 12 anos. Ao ser retirado, a fertilidade retorna imediatamente, uma vez que não há ação hormonal envolvida. Ele consiste em um pequeno dispositivo em forma de “T” inserido no útero, liberando cobre e impedindo a fertilização.

Ao JB Litoral, a ginecologista e obstetra Lucíola Celestino Ribeiro Ferrari destaca a segurança e a praticidade do método. “O cobre possui propriedades espermicidas, fazendo com que os espermatozoides morram em contato com ele. Então, é um método bastante seguro, pois não depende da memória da paciente, como tomar uma pílula anticoncepcional diariamente ou receber uma injeção mensalmente“, explica.

A doutora também desmistifica um assunto que frequentemente surge em suas consultas: que o DIU seria abortivo. "Algumas pessoas pensam que, se uma mulher engravidar enquanto usa o DIU, ela vai sofrer um aborto. Mas não é o caso. Inclusive, como nenhum método é 100% seguro, pode ocorrer uma gravidez com o DIU se ele estiver deslocado, por isso é necessário fazer um controle anual para verificar se ele está no lugar correto. O dispositivo deve estar no fundo do útero e não no colo", informa.

Contudo, vale destacar que a função do DIU é apenas evitar a gravidez, não prevenindo doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Portanto, a médica destaca que se a mulher não tem um parceiro fixo e confiável, deve-se usar também o preservativo, que previne o contato com as secreções do parceiro e pode evitar DSTs como HIV, hepatite C, hepatite B e sífilis.

A ginecologista e obstetra Lucíola Celestino Ribeiro Ferrari informa que o perfil das mulheres aptas para a inserção do DIU inclui estar em idade fértil e ter uma vida sexual ativa. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral
A ginecologista e obstetra Lucíola Celestino Ribeiro Ferrari informa que o perfil das mulheres aptas para a inserção do DIU inclui estar em idade fértil e ter uma vida sexual ativa. Foto: Rafael Pinheiro/JB Litoral

Contraindicações


Segundo a ginecologista, há contraindicações para a utilização do método: pacientes com problemas menstruais, como sangramento muito intenso e fluxo prolongado, ou que sofram com cólicas fortes, não são indicadas para utilizar o DIU de cobre. "Por conta do cobre, o fluxo menstrual pode aumentar um pouco, bem como a duração dos dias de menstruação. Além disso, o DIU pode aumentar a cólica. Portanto, é recomendado para aquelas pacientes que têm uma menstruação normal a reduzida, com uma duração não muito prolongada e com cólicas leves ou inexistentes", diz.

Mais do que contracepção: autonomia e planejamento familiar


Para a diretora de Assistência à Saúde da FASP, Mariana Goulart, a iniciativa também contribui para o empoderamento das mulheres, que passam a deter maior controle sobre seus corpos e decisões reprodutivas. “É um passo importante na conquista da autonomia feminina, pois é realizado para conscientização sobre o direito da mulher. O DIU permite que ela planeje sua vida reprodutiva e familiar de acordo com seus desejos e sonhos“, diz.

Além disso, o DIU é de fácil manutenção, com a realização de ecografias de acompanhamento sendo a principal necessidade. "Com poucos efeitos colaterais e uma adaptação geralmente tranquila, o DIU é uma opção acessível e conveniente para muitas mulheres, em geral, aquelas em idade fértil, independentemente de terem filhos ou não, mas que estejam em vida sexual ativa", comenta.

Alessany Santos de Souza, 30 anos, mãe de dois filhos, é um exemplo de como o DIU pode transformar vidas; ela implantou o método no primeiro mutirão realizado pela Prefeitura, em julho do ano passado. Foto: Arquivo pessoal
Alessany Santos de Souza, 30 anos, mãe de dois filhos, é um exemplo de como o DIU pode transformar vidas; ela implantou o método no primeiro mutirão realizado pela Prefeitura, em julho do ano passado. Foto: Arquivo pessoal

Alessany Santos de Souza, 30 anos, mãe de dois filhos, é um exemplo de como o DIU pode transformar vidas. Inicialmente receosa, ela se rendeu ao método no primeiro mutirão, em 2023, após receber informações precisas na unidade de saúde. “Hoje, indico para minhas amigas. Já se passaram 10 meses desde que coloquei o DIU e foi a melhor coisa que fiz!”, conta ela ao JB Litoral.

Ela revela que, embora no dia seguinte ao implante tenha sentido desconforto, seu organismo se adaptou bem ao dispositivo. "O desconforto é algo normal, pois é algo novo e o corpo precisa se adaptar. Mas depois disso não senti mais nada. Meu fluxo menstrual continua normal e zero cólicas", diz.

Como participar

Segundo a ginecologista Lucíola, antes da implementação dos mutirões, o município de Paranaguá colocava até 40 DIUs por ano, refletindo uma baixa procura pelo método contraceptivo entre as mulheres locais. Para mudar essa realidade e aumentar a visibilidade do método seguro e eficaz, foi dado início aos mutirões no Centro de Referência à Saúde da Mulher. A iniciativa promove não apenas educar, mas também facilitar o acesso ao dispositivo, que está disponível em livre demanda para aquelas que têm seus exames preventivos em dia.

O processo (tanto para participar do mutirão quanto para inserir o DIU, em qualquer época do ano) começa nas Unidades Básicas de Saúde, onde enfermeiras realizam o primeiro contato com as pacientes. Mulheres interessadas são então encaminhadas ao Centro de Saúde da Mulher, onde assinam um termo de consentimento e passam por uma consulta adicional para garantir que estão bem-informadas e preparadas para o procedimento.

O perfil das mulheres aptas para a inserção do DIU inclui estar em idade fértil e ter uma vida sexual ativa. Além disso, é necessário que apresentem um exame preventivo atualizado dos últimos dois anos, exceto para adolescentes menores de 20 anos, que podem participar com o acompanhamento de um responsável.

Após a colocação do DIU, um exame subsequente é realizado para verificar o correto posicionamento do dispositivo e a eficácia do procedimento. Este acompanhamento é fundamental para garantir a segurança e o conforto das pacientes.

Fonte: JB Litoral
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