Litoral Curitiba

Após despejo em ocupação, outras famílias em Curitiba dormem apreensivas

Fonte: Revérbero Famílias da rua Olga de Araújo Espíndola Foto: Eduardo Matysiak O profissional autônomo Jhonir dos Santos, 39 anos, não dorme mais tranquilo, com medo de que seja a sua última noite debaixo de um teto e que na manhã seguinte seja acordado pelas forças de segurança.

Por Da Redação

11/05/2024 às 16:43:49 - Atualizado há

Fonte: Revérbero

Famílias da rua Olga de Araújo Espíndola Foto: Eduardo Matysiak

O profissional autônomo Jhonir dos Santos, 39 anos, não dorme mais tranquilo, com medo de que seja a sua última noite debaixo de um teto e que na manhã seguinte seja acordado pelas forças de segurança. Ele é um dos moradores da ocupação da rua Olga de Araújo Espíndola, no bairro Novo Mundo, em Curitiba.

A família de Jhonir e outras sete que residem no local estão à beira do despejo.

A voracidade do poder público quando o assunto é despejo assusta. Após a expulsão de 200 famílias da Ocupação Resistência Forte, no bairro Campo Comprido, em Curitiba, praticado na manhã desta sexta-feira, dia 10, as atenções se voltam agora para a ocupação da rua Olga de Araújo Espíndola. Os movimentos por moradia seguem na luta para que as famílias do local não tenham o mesmo destino.

A situação é difícil. A reintegração de posse já foi expedida e pode ser cumprida a qualquer momento. Assim como no caso da Ocupação Resistência Forte, os moradores dizem que poder público é omisso, sem mediar ou buscar soluções.

Paz na rua Olga de Araújo Espíndola só existe aos fins de semana, quando a lei impede atos de reintegração de posse. São nestes dias que os moradores conseguem relaxar um pouco. "Nunca sabemos se amanhã ou depois vai ter reintegração", diz Jhonir, que teme principalmente deixar a família — composta por sua mulher e três filhos com menos de 10 anos cada — desamparada.

Algumas famílias residem na Olga de Araújo Espíndola há mais de 20 anos, o que torna o caso ainda mais complexo. As pessoas que vivem no local construíram suas casas e destinaram seus poucos recursos para terem uma moradia digna.

Ernesto Araújo estima que tenha despendido R$ 50 mil apenas em materiais de construção. Caso a reintegração de posse venha a ser cumprida, ele avisa: "Vou acampar aqui na frente. Não tenho para onde ir".

"Isso aqui era mato. Terreno baldio. Não tinha nada. Não estamos roubando nada de ninguém", diz outra moradora.

O imbróglio

Os moradores buscam uma solução, mas dizem que Associação de Moradores, responsável legal pelos espaços, não quer negociar.

A prestação cobrada pela Associação chegava a R$ 1800,00. Sem conseguir arcar com os custos, outras famílias foram deixando o local ao longo dos anos. Restaram oito do grupo original, que também tiveram dificuldades em arcar com a mensalidade elevada. Elas ainda têm esperanças de manter os seus lares, mas dormem com medo de que a polícia chegue a qualquer momento e, de uma hora para outra, não tenham mais um teto.

De acordo com reportagem do Brasil de Fato Paraná , a associação Olga de Araújo Espíndola tem mais de uma década e foi criada no meio do processo judicial de reintegração de posse movido pela Ecora S/A – Empresa de Construção e Recuperação de Ativos, que teve sua falência declarada, para então negociar a situação da área com a massa falida.

Em entrevista ao Brasil de Fato, a Associação de Moradores Olga Espíndola, responsabiliza as oito famílias por eventuais atrasos e problemas no processo de regularização fundiária. Afirma que as famílias nunca teriam pago prestações, o que tornaria onerosa a suposta dívida com o que chama de "credores".

Lei reportagem completa em Revérbero

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