Geral estúpidos

Madonna no Rio: quando nos tornamos tão estúpidos?

A maldita polarização ideológica, que superou as fronteiras políticas, muito bem classificada como "calcificação" por Felipe Nunes e Thomas Traumann no livro "Biografia do Abismo", chegou à música pop e, agora, um show de um astro internacional tornou-se palco para idiotices que causam profunda vergonha alheia.

Por Da Redação

06/05/2024 às 09:54:59 - Atualizado há
Foto: Perfil Brasil

A maldita polarização ideológica, que superou as fronteiras políticas, muito bem classificada como "calcificação" por Felipe Nunes e Thomas Traumann no livro "Biografia do Abismo", chegou à música pop e, agora, um show de um astro internacional tornou-se palco para idiotices que causam profunda vergonha alheia.

Madonna é um ícone atemporal. Ídolo da geração dos anos 1980 e 1990, certamente entrará para o rol dos imortais como Freddy Mercury, Elvis Presley e tantos outros, e daqui a 50 anos continuará sendo tocada e ouvida por todo o planeta. É daquelas personagens históricas que só quem viu – e ouviu – entende.

A HORA DOS RUMINANTES

O show deste sábado (4) em Copacabana, no Rio de Janeiro, foi apoteótico e já é histórico. Como apoteóticos e históricos foram os shows de Frank Sinatra no Maracanã (1980), do Queen no Morumbi (1981), o primeiro Rock in Rio (1985), os Três Tenores, também no Morumbi (2012), e tantos outros.

A diferença é que, à época, a idiotice humana, amplificada pelas redes sociais, principalmente o zap da tia, não existia. E se existia, limitava-se à macarronada de domingo, na casa da sogra, ou às madrugadas etílicas no boteco da esquina. Hoje, conservadores de araque e progressistas bocós emporcalham tudo.

INÚTEIS DA INTERNET

Liberais de WhatsApp insurgem-se contra o patrocínio de R$ 10 milhões da prefeitura do Rio, desconsiderando o impacto econômico de 400 milhões de reais (atenção: impacto significa… impacto! Não se trata apenas de impostos e turismo, mas de mídia espontânea, economia circular e outros conceitos ignorados pelos burros de plantão).

Progressistas incapazes de compreender qualquer coisa após o século XX, arvoram-se coadjuvantes de uma "diva" como se ela, Madonna, desse a mínima para as pautas identitárias dessa cambada. A pop star não representa a luta feminista, os direitos LGBT ou o diabo que os carregue. Ela representa, brilhantemente, a si mesma.

BOLSO NIKOLAS

Reacionários brutos, sedizentes conservadores (pela ótica de Olavo de Carvalho), em nome dos "cidadãos de bem" atacam a pluralidade, a inclusão, a verdadeira liberdade individual que pregam – sem terem a menor ideia do que se trata -, simplesmente porque não toleram o ser humano, imperfeito, em grupo, despido de pudores e falsidades.

Pentecostais e "cristãos" de domingo rogam a Deus que perdoe os hereges e pecadores: homens beijando homens; mulheres beijando mulheres; trisais beijando trisais; Madonna e Anitta simulando – oh, que horror! – sexo oral no palco. Gente hipócrita, idólatra de corruptos, pedófilos e adolescentes metidos a pensadores.

ENCERRO

Eu saúdo Madonna e a música, ainda que as merdas de Funk e Sertanejo Universitário (ouve quem quer). Eu saúdo os artistas e as artes, ainda que pelados, cheirando os fiofós uns dos outros (assiste quem quer). Eu saúdo a humanidade e o indivíduo, desde que em acordo com as leis e as regras civilizatórias (convivo com quem quero).

Aos patrulheiros do momento, um recado: caguem suas regras em suas bolhas inúteis e transformem a sociedade em que vivem em um local cada vez pior, pois é exatamente o que vocês, com suas pautas das cavernas, seus conceitos de Tik Tok e sua cultura geral mais rasa que um pires, estão conseguindo fazer.

Fonte: Isto É
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