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Lula e Petro reforçam necessidade de aproximação comercial e acordos climáticos entre Brasil e Colômbia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu nesta quarta-feira (17) que Brasil e Colômbia atuem para coordenar uma integração regional que possibilite o aumento do comércio entre os países da América do Sul.

Por Da Redação

17/04/2024 às 21:59:33 - Atualizado há

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu nesta quarta-feira (17) que Brasil e Colômbia atuem para coordenar uma integração regional que possibilite o aumento do comércio entre os países da América do Sul. Ele se encontrou com o chefe do Executivo colombiano, Gustavo Petro, em Bogotá.

Em discursos na abertura do Fórum Empresarial entre Brasil e Colômbia, os dois reforçaram a necessidade de os dois países ampliarem o comércio e coordenarem uma ação em defesa da floresta Amazônica. Lula disse que, quando assumiu em 2003, Brasil e Colômbia tinham um fluxo comercial na casa dos R$ 15 bilhões com toda a América do Sul e que hoje está em R$ 42 bilhões. Segundo ele, esse número ainda "está muito aquém do que poderia".

Gustavo Petro disse que, além de aprofundar as relações comerciais, é necessário complexificar as exportações entre os países. "Importamos veículos industrializados e vendemos milho. Nós importamos café do Brasil, um produto que nós produzimos. Não é lógico que a gente importe coisas que produzimos. Apesar dos valores, não é propriamente o que chamamos de positivo para o século 21", afirmou o colombiano.

O presidente brasileiro também reforçou que é necessário ampliar a pauta de exportação. Segundo ele, Brasil e Colômbia têm, juntos, mais de 250 milhões de consumidores e é importante que os países da região atuem para avançar a tecnologia das cadeias produtivas para que possam vender também produtos com maior valor agregado.

Aliança estratégica

No encontro, os dois discutiram também a importância de liderarem a proteção ao meio ambiente. Petro afirmou que as mudanças climáticas estão destruindo a floresta amazônica e o abastecimento de água em toda a região da Cordilheira dos Andes. Ele pediu ainda uma aliança estratégica entre Brasil e Colômbia para "puxar toda a América Latina para esse debate".

"Se acabar a floresta amazônica, não haverá água em Bogotá e em toda a Cordilheira [dos Andes]. Aqui temos uma atuação comum de Brasil e Colômbia convidando os demais países amazônicos para salvar a floresta. E isso precisa de políticas públicas, econômicas e militares. É um tema fundamental que está na nossa agenda", afirmou Petro.

Os dois países discutiram também uma atuação conjunta para "descarbonização" da economia. Petro propôs que as empresas petroleiras do Brasil, Petrobras, e da Colômbia, Ecopetrol, tenham projetos de energia limpa e que invistam no hidrogênio verde.

Lula terminou seu discurso pedindo maior articulação entre os países do Sul Global. Segundo ele, é preciso que os países da América do Sul tenham responsabilidade de definir "o que nós queremos e que política de integração é importante para a região".

"A nossa cabeça é voltada historicamente de um lado para Europa, onde estavam os colonizadores, e do outro para a economia mais pujante que é os EUA. Empresários daqui tinham medo do Brasil. Tratavam o Brasil como um império que poderia acabar com empresas locais. Nós temos que parar de ter medo uns dos outros. Nós não queremos hegemonia, queremos parcerias", disse Lula.

Outro assunto esperado para o encontro eram as eleições na Venezuela. Tanto Lula quanto Petro criticaram o processo eleitoral do país e afirmaram estar "preocupados" com o andamento do pleito. Em entrevista depois do evento, Lula disse que os dois já discutiram esse assunto e "agora, nesse encontro, o mais importante é discutirmos a relação entre Brasil e Colômbia".

Os dois países assinaram acordos nas áreas do turismo, promoção comercial, saúde, desenvolvimento agrário, comunicações e conectividade. No discurso, os presidentes falaram sobre projetos que já existem e que precisam ser ampliados, como a conexão de fibra óptica entre Letícia, na Colômbia, e Tabatinga, no Amazonas.

Lula finalizou seu discurso citando a importância da Cúpula da Amazônia, realizada em 2023 em Belém, no Pará, e citou o assessor especial para assuntos Internacionais, Celso Amorim, para pedir proatividade dos países sul americanos.

"O que nos faz crescer não é subserviência. Como diria Amorim, o que nos faz crescer é uma posição ativa e altiva no mundo político e no mundo dos negócios", disse Lula.

Encontros em 2023

Esse é o quarto encontro entre os presidentes. Em janeiro de 2023, Petro acompanhou a posse de Lula em Brasília. Em maio, Lula convocou uma reunião em Brasília para discutir com outros chefes de Estado da América do Sul a integração regional. Na ocasião, os dois tiveram uma reunião bilateral.

Em 8 de julho, os dois participaram de uma reunião na cidade de Letícia, no sul da Colômbia, para discutir a cooperação regional para preservação da Amazônia. O encontro antecedeu a cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) que aconteceu em Belém, no Pará.

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Jornalista Luciana Pombo

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