Política

José Dirceu volta ao Congresso 19 anos após ter mandato cassado

Por Laura Kotscho O ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, retornou nesta terça-feira (2) ao Congresso Nacional, 19 anos após ter seu mandato de deputado cassado pelo plenário da Câmara, em 2005.

Por Da Redação

02/04/2024 às 16:39:50 - Atualizado há

Por Laura Kotscho

O ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, retornou nesta terça-feira (2) ao Congresso Nacional, 19 anos após ter seu mandato de deputado cassado pelo plenário da Câmara, em 2005.

O motivo especial que marcou o retorno do ex-deputado ao Congresso foi a sessão solene do Senado em celebração à democracia brasileira. Presidida pelo senador Randolfe Rodrigues, a cerimônia ainda contou com a presença dos senadores Humberto Costa (PT-PE), Teresa Leitão (PT-PE), do líder do governo no senado Jaques Wagner (PT-BA), além de Maria Thereza Goulart, viúva do ex-presidente João Goulart, e de seu filho, João Vicente Goulart.

“Quando eu recebi o convite do senador Randolfe Rodrigues, eu quase não aceitei, porque desde a madrugada de 1º de dezembro, quando a Câmara dos Deputados cassou meu mandato, eu nunca mais voltei ao Congresso Nacional, mas acredito que João Goulart merecia e merece minha presença” disse Dirceu.

Aplaudido durante sua fala, José Dirceu reforçou a importância da cerimônia para celebrar a democracia brasileira, que, segundo ele, está em risco no Brasil e no mundo. Dirceu ainda cobrou esclarecimentos sobre os mortos e desaparecidos na Ditadura Civil-Militar, o que classificou como “compromisso irrenunciável”.

Ao fim de sua fala, o ex-deputado fez uma dura crítica aos militares.

“Não basta a despolitização dos quartéis, porque isso aconteceu em 1988. Mas por que depois de 30 anos, os militares voltaram a organizar e apoiar uma candidatura? E depois constituir um governo cívico-militar. O comprometimento das Forças Armadas com o governo Bolsonaro e com o 8 de janeiro está aí”, acrescentou Dirceu.

O líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues iniciou sua fala pedindo desculpas à família de João Goulart, presente na sessão. Em 2014, o senador foi autor de um projeto aprovado no Congresso que anulou a sessão que destituiu o ex-presidente da República João Goulart do cargo, em 1964.

Randolfe ainda comentou sobre a votação que está em tramitação no STF que decide a interpretação do poder moderador dos militares na Constituição. Segundo ele, “o poder moderador só existiu no regime monárquico […]. O poder militar deve ser submisso ao poder civil eleito pela democracia”.

Aclamado pela plateia com seu discurso, o senador finalizou sua fala dizendo que “o 1º de abril de 1964 tem como filho legítimo a tentativa de golpe de 2023 […] importante lembrar que coturnos estão sempre à espreita”.

Inauguração da exposição de fotos de Orlando Brito e lançamento do livro “Tempos de Chumbo” (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Ao fim da cerimônia, José Dirceu e os demais convidados participaram da inauguração da exposição “Tempos de Chumbo” no Senado, com obras do fotojornalista Orlando Brito, além do lançamento do livro de mesmo nome, ambos os eventos organizados pelo canal de notícias MyNews, em colaboração com a filha do jornalista, Carolina Brito. Dirceu foi tietado pelo público presente, com pedidos de fotos, autógrafos e declarações. O ex-deputado evitou entrevistas.

Fonte: ICL Notícias
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