Conferência debate papel das Ciências Humanas para o progresso do Brasil

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) vai promover nesta terça-feira (26) a conferência “A contribuição das Ciências Humanas e das Humanidades para o desenvolvimento do Brasil”.

O encontro será comandado pelo ex-ministro da Educação, professor e presidente da SBPC, Roberto Janine Ribeiro, e pela professora e diretora da entidade, Fernanda Sobral. Objetivo é debater o papel das Ciências Humanas e das Humanidades no desenvolvimento do Brasil.

O evento faz parte dos preparativos da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), que acontecerá entre os dias 4 e 6 de junho , em Brasília.

O evento será realizado totalmente de forma online, com transmissão pelo canal da SBPC no YouTube.

“Amanhã teremos uma cereja do bolo, que será um dia de debates sobre como as Humanas e as Humanidades podem contribuir para o desenvolvimento do país: temas serão a dissolução do laço social, depois a pergunta de quanto tempo demora para a psique humana assimilar novas tecnologias (usadas inicialmente para matar), a inclusão social e, finalmente, a proposta de uma utopia realizável reunindo redução do tempo de trabalho, descarbonização da economia, combate à poluição e consumismo, e ócio criativo”, avisa Renato Janine Ribeiro, que, ao lado de Fernanda Antonia Sobral, vai comandar as mesas-redondas.

Mesas-redondas

A primeira mesa tratará da destruição do laço social, ocorrida nos últimos anos mundo afora, indagando o que a causou (um panorama da sociedade em conflito quase letal), o que a facilitou (o instrumento das redes sociais, possivelmente) e como enfrentá-la (de que forma recuperar a convicção de que temos referentes comuns a partilhar, que assim permitam a volta do diálogo).

Já a segunda mesa focará tema pouco discutido, que é o seguinte: ao que parece, o avanço tecnológico ao longo da História é mais rápido do que o aprendizado, pela psique humana, de como lidar com essas conquistas. Os casos mais recentes são o da energia nuclear, que faz sua entrada triunfal no mundo sob a forma da bomba atômica, com a morte de mais de 200 mil pessoas em agosto de 1945, e ainda paira sob forma de ameaça à vida humana; e o da Internet e das redes sociais, que permitiriam uma
proximidade dos seres humanos sem precedente, mas têm sido usadas para o ódio e o crime, mais do que para a amizade e o amor.

A terceira mesa, por sua vez, abordará a questão da inclusão social, quer a das minorias, quer a da maioria silenciada (para usar o termo de Fernando Morais, nos anos 1980) e pobre, discutindo a eficácia das políticas públicas nesta direção, bem como as lições que delas se podem tomar para conseguir o ideal de igualdade e equidade no trato dos diferentes.

Já a quarta mesa terá por tema uma utopia possível. Os avanços tecnológicos
permitem um nível de vida melhor do que jamais existiu, o fim da fome e da miséria, mais que isso, uma vida próspera para todos. Temos hoje ou teremos em breve os meios para uma real igualdade entre os seres humanos, somada a uma liberação de tempo livre que pode viabilizar o sonho do ócio criativo, apresentado por Domenico De Masi nos anos 1980.

Programação

• 9h às 11h30
• Mesa-Redonda 1 — Redes sociais, cultura de ódio, polarização: o tecido social sob ameaça
• Participantes: Wilson Gomes (UFBA), Sergio Adorno (USP), Marilene Corrêa (UFAM),

 

• 11h30 às 13h
• Mesa-Redonda 2 — A cabeça está atrasada em relação à tecnologia?
• Participantes: Renato Janine Ribeiro (USP), Christian Dunker (USP) e Tatiana Roque (UFRJ)

 

• 14h às 15h30
• Mesa-Redonda 3 — Pesquisas científicas e sua contribuição para a inclusão social
• Coordenação: Fernanda Sobral (UnB).
• Participantes: Irlys Barreira (UFCE), Anete Ivo (UFBA) e Edna Castro (UFPA)

 

• 16h às 18h30
• Mesa-Redonda 4 — Uma utopia com base científica, para a humanidade e o planeta
• Coordenação: Renato Janine Ribeiro (USP)
• Participantes: Ricardo Abramovay (USP), Marina Silva (MMA)