Geral JULGAMENTO

"Eu privei meu filho da convivência dos avós por medo do Jean", afirma Eveline dos Santos Marra

Está acontecendo, nesta quinta-feira (29), no Fórum de Umuarama o julgamento de Jean Michel de Souza Barros, acusado de cometer triplo homicídio no dia 8 de agosto de 2021.

Por Da Redação

29/02/2024 às 16:45:52 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

Está acontecendo, nesta quinta-feira (29), no Fórum de Umuarama o julgamento de Jean Michel de Souza Barros, acusado de cometer triplo homicídio no dia 8 de agosto de 2021. As vítimas foram a advogada Jaqueline Soares, 39 anos (esposa do réu), e os pais dela, Helena Marra, 59 anos, e Antônio Soares dos Santos, 65 anos.

A filha do casal e irmã da advogada, Eveline dos Santos Marra, foi a primeira testemunha a ser ouvida no júri. Ela relatou que a família se mudou para Umuarama em 2016 e pouco tempo depois Jaqueline conheceu Jean. Os dois iniciaram um namoro e o relacionamento ficou mais sério, chegando ao casamento.

Eveline disse que desde os 16 anos a irmã sofria de depressão. Os pais tinham muito cuidado na condução da filha, para evitar crises e o agravamento do quadro. Após o casamento, Jean e Jaqueline passaram a morar com Helena e Antônio em um apartamento na região da Praça Hênio Romagnolli.

Conforme a testemunha, Jean teria praticamente exigido que a família saísse do apartamento (que ele considerada pequeno e com falta de privacidade) e fosse para um imóvel maior. A família então alugou o sobrado onde os crimes aconteceram, localizado na avenida São Paulo, próximo da Praça do Japão.

Eveline, que atua como juíza em Paranavaí, afirmou que a mãe relatou episódios de agressividade por parte de Jean. Inclusive uma situação em que o réu teria quebrado a porta da casa após Jaqueline, que era advogada, informar que tinha um compromisso relacionado com a profissão. A mãe teria confidenciado à filha que dormia com a porta do quarto fechada por medo do genro.

Antônio passava alguns dias fora, pois era proprietário de lojas em outras cidades. Desta forma, Helena, Jaqueline e Jean permaneciam no imóvel durante a semana e Antônio retornava para Umuarama aos fins de semana.

Eveline afirmou ter intercedido junto a família e alertado que a irmã era vítima de violência doméstica. A intenção era que Jaqueline passasse por tratamento multidisciplinar, assim como os demais integrantes da família. Conforme o relato da juíza, após várias situações de brigas entre o casal, e dado o fato de Jean ter quebrado a porta da casa, a família optou por ele ficar na casa de sua mãe e Jaqueline morar com os pais. Mesmo assim o acusado tinha a chave da casa dos sogros e livre acesso.

Eveline ainda relatou que, quando o casal decidiu tentar retomar o relacionamento, o sogro abriu a loja. Ela disse que Jean teria mentido que possuía um valor em dinheiro (R$ 30 mil), mas que ele nunca repassou esse montante para Antônio. Além disso, Eveline argumentou que Jean teria sido responsável pelo sumiço de dinheiro que era destinado ao pagamento das despesas semanais da casa e fazia desvios de valores da loja, inclusive deixando de pagar fornecedores. O dinheiro teria sido empregado na aquisição de um automóvel Astra, que a testemunha lembrou que é o mesmo que aparece nas filmagens quando Jean estaria se desfazendo dos celulares das vítimas.

"Eu privei meu filho da convivência dos avós por medo do Jean", disse Eveline, para reforçar que toda a família tinha medo do cunhado. "Minha mãe avisou uma semana antes que eles seriam mortos pelo Jean. Nunca tive dúvidas. Tenho certeza que foi o Jean", afirmou.

Após o recesso para almoço, o testemunho de Eveline foi retomado, desta vez com questionamentos feitos pela equipe de defesa do réu. Um dos advogados focou seus argumentos no fato de Eveline afirmar que ele teve motivação financeira para cometer os crimes. Ela sustentou que o cunhado é herdeiro da esposa, que possui bens em seu nome e também teria direito à herança dos pais.

Em determinado momento um dos advogados do réu disse que Jaqueline, Antônio e Helena foram "abatidos". O termo gerou revolta entre as pessoas que assistiam à sessão do júri e também nos integrantes do Ministério Público, que repudiaram o termo.

Outros advogados da defesa perguntaram sobre como eram as relações familiares e também chegaram a comentar que Antônio poderia ter outra família (em outra cidade), o que foi refutado por Eveline.

O testemunho da juíza, que é irmã e filha das vítimas, segue acontecendo. Às 16h30 o Juiz de Direito Adriano Cezar Moreira fez um pequeno intervalo e em seguida o júri terá sequência.

Fonte: O Bemdito
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