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Atempa denuncia conteúdo de curso da Smed que propaga a existência do 'racismo reverso'

Após escândalos envolvendo esquema de corrupção para compra de materiais escolares e supostas fraudes no uso de verbas para reformas em escolas municipais pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) de Porto Alegre, outra polêmica envolve a pasta.

Por Da Redação

03/02/2024 às 15:22:36 - Atualizado há
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Já o professor Juliano Guedes, diretor da PNE Consultoria de Projetos e Negócios Étnico-raciais, afirma que o caso demonstra que a importância do letramento racial é tanta, que inibiria iniciativas afrontosas como essa da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. "Sabemos que o racismo é concebido por um sistema de opressão, dessa forma não há como sugerir isso da população negra, sabidamente oprimida historicamente. A nota de repúdio da Atempa é mais que adequada e alguma reparação deverá ser feita urgentemente", avalia Juliano.

:: Professora promove educação antirracista em escola da região mais negra do DF ::

Segundo ele, trata-se da Secretaria de Educação de Porto Alegre, a quem cabe orientar com precisão e que tem fé pública. "Não é concebível que sequer haja ambiguidade, o que já seria um problema. A questão é que na segunda frase da colocação, quando diz que um 'exemplo de racismo reverso é o preconceito de negros contra brancos', o leitor é levado a aceitar que o suposto racismo reverso, que não existe, é real, uma vez que a própria frase apresenta um exemplo concreto desse racismo na sequência: 'o preconceito de negros contra brancos'. Aliás, afirmação já problemática", aponta o professor.

O Coletivo Educação para as Relações Étnico Raciais (ERER-POA), da rede pública municipal de educação também se manifestou. "Consideramos que a nossa rede possui professores e coletivos qualificados para as mais diversas ações pedagógicas e promoções educativas e que a mantenedora precisa qualificar suas práticas aprendendo com seus professores", afirma em nota.

Lideranças do movimento negro e políticos também manifestaram sua indignação

A deputada federal Daiana Santos (PCdoB/RS), afirmou em suas redes sociais que "não existe racismo reverso" o mais preocupante ainda é isso ser ensinado para quem vai educar as gerações futuras. "Me revolta a forma escancarada com que a Prefeitura desdenha da luta antirracista e do povo negro que construiu essa cidade, de mais de 300 anos de escravização e sangue negro jorrado por essa terra. Efeitos que sentimos até hoje, quando negras e negros estão na base dos índices socioeconômicos e lideram os de violência", comenta.

Já a deputada estadual Bruna Rodrigues (PCdoB) afirma ser um absurdo que seja propagado em um curso da Smed um conceito que além de não existir, criminaliza e relativiza a luta das pessoas negras e indígenas de nossa cidade. "É absurdo que dentro da plataforma de educação da prefeitura de Porto Alegre, o EducaPOA, se trabalhe conceitos que não existem que levam à desinformação e criam estigmas na nossa sociedade", afirma.

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Por outro lado, a vereadora Karen Santos (PSOL) questionou qual é o propósito da Smed por trás da escolha desse enfoque sobre o racismo. "Durante uma formação destinada a mais de 400 educadoras/es de escolas públicas em Porto Alegre, localizadas nas periferias da cidade e com grande parcela de estudantes negros, é indiscutível a necessidade de formações que abordem as questões étnico-raciais. Apesar disso, utilizar uma abordagem superficial baseada em informações retiradas da Wikipédia demonstra pouco interesse em realmente oferecer uma formação antirracista e capaz de tratar do assunto no dia a dia escolar", avalia.

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