"Ele (o autor) faz essa menção de se entregar e, nesse momento, saca uma arma de fogo e efetua quatro disparos. Três atingem o policial militar: dois na cabeça e um na perna", disse em coletiva de imprensa realizada neste sábado, 6, a major da Polícia Militar Layla Brunella. Vídeo captado por câmeras de segurança da região mostram o momento em que o agente é atingido.
Segundo o boletim de ocorrência, o sargento Roger Dias foi levado inicialmente para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, na região de Venda Nova, e posteriormente transferido para o Hospital João XXIII, na região centro-sul de Belo Horizonte. Já neste sábado, 6, a Polícia Militar afirmou que o quadro de saúde do policial militar, que completaria 10 anos de corporação neste fim de semana, era considerado grave e "irreversível".
Os dois suspeitos foram detidos, ambos com ferimento de arma de fogo, e encaminhados para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, de acordo com a PM. Um deles, apontado como o autor dos disparos, foi capturado durante a perseguição, enquanto o outro foi encontrado em buscas posteriores realizadas por policiais. A gravidade dos ferimentos não foi informada.
"O autor que disparou contra o nosso policial militar possui 18 registros pela Polícia Militar, é oriundo do sistema penal e estava de 'saidinha de Natal'", disse a major Layla Brunella. Segundo ela, o homem deveria ter retornado para a prisão ainda em dezembro, mas não o fez. "Ele tem passagens, das mais diversas, por roubo, falsidade ideológica, receptação, tráfico de drogas e ameaças."
Neste domingo, a Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) divulgou nota em que lamentou o caso e rebateu críticas sobre a saída temporária. Segundo a entidade, todas as decisões relacionadas à liberação foram "proferidas de modo técnico". "É lamentável vincular a tragédia experimentada pelo corajoso Sargento Dias ao Juízo que concedeu benefício previsto na Lei", disse a Amagis, em nota publicada nas redes sociais.
"Afinal, o ocorrido reflete a sociedade em que atualmente vivemos, cada vez mais violenta, armada e intolerante, recheada de ataques inexplicáveis por trás das redes sociais, não enfrentando os verdadeiros motivos da violência urbana, fruto da desigualdade social, falta de oportunidades de trabalho lícito aos egressos do sistema prisional, além da falta de perspectiva de futuro para inúmeras pessoas", acrescentou a associação.