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Momento especial, apesar das contradições

Neste momento, são milhares de acontecimentos ocorrendo de modo simultâneo, são complexos, gigantes, lançam sobre cada um de nós uma dúvida cruel de como será o amanhã, talvez nunca tenhamos passado por isso antes, o imprevisto tem sido uma arma recorrente, estamos pisando em ovos, muito embora em alguns momentos temos a impressão de que o pior já passou, avançamos muito nesses últimos tempos, mas não podemos dizer que nos tornamos melhores, caminhamos por tantas direções, mas nem por isso podemos afirmar que acertamos o caminho e o passo, muitos foram para onde nunca quiseram ir e nunca mais voltaram; o caos está aqui e acolá, a farsa idem, a dúvida presente em qualquer hora do dia; criamos monstros para nós mesmos, de tanta inteligência a nosso dispor, esquecemos o básico, fecundamos a terra inteira com um possível não amanhã.

Por Da Redação

19/12/2023 às 08:37:41 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

Neste momento, são milhares de acontecimentos ocorrendo de modo simultâneo, são complexos, gigantes, lançam sobre cada um de nós uma dúvida cruel de como será o amanhã, talvez nunca tenhamos passado por isso antes, o imprevisto tem sido uma arma recorrente, estamos pisando em ovos, muito embora em alguns momentos temos a impressão de que o pior já passou, avançamos muito nesses últimos tempos, mas não podemos dizer que nos tornamos melhores, caminhamos por tantas direções, mas nem por isso podemos afirmar que acertamos o caminho e o passo, muitos foram para onde nunca quiseram ir e nunca mais voltaram; o caos está aqui e acolá, a farsa idem, a dúvida presente em qualquer hora do dia; criamos monstros para nós mesmos, de tanta inteligência a nosso dispor, esquecemos o básico, fecundamos a terra inteira com um possível não amanhã.

Somos levados por mãos invisíveis, a crer desde a mais tenra idade, que nossos heróis nos dão a salvação, mas isso está mais do que comprovado que é uma ilusão, ou melhor ainda, uma utopia, quantos de nós ao longo de nossas efêmeras existências vimos surgir heróis em todos os campos, seja na política, no cinema, na medicina, no direito; mais ou menos como diz o poeta do rock Cazuza, em sua ideologia:  "Meu partido, é um coração partido e as ilusões estão todas perdidas, os meus sonhos foram todos vendidos, tão barato que eu nem acredito, meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no poder, o meu tesão, agora é risco de vida, eu vou pagar a conta do analista, pra nunca mais ter que saber quem eu sou". Nenhum desses "heróis" foram ou são capazes de nos darem o que mais precisamos nessa hora, todos sem exceção são apenas um pequeno enigma.

Esses "heróis" criados por nós, salvam a terra dos seus piores inimigos, estão acima do bem e do mal, acima da lei, acima de qualquer princípio, quando nossos "heróis vencem, temos a sensação que o mundo vai melhorar, mas qual é a nossa surpresa ao sairmos de uma sala de cinema e nos depararmos com a realidade nua e crua? Nenhum "herói à vista, a lei imperante é a mesma de sempre, isto é, a divisão, a desconfiança, o medo do outro, este sendo sempre um lobo prestes a me atacar. A tão sonhada transformação prometida por esses "heróis" é apenas uma retórica vazia, nossos "heróis", tão pragmáticos em suas ações, tão senhores de si, tão imponentes, no fundo não passam de seres desprovidos de adaptabilidade, são solitários, rígidos, enfrentam tudo com o mais sério destemor, mas são incapazes de criarem afetos, são insensíveis na maioria das vezes, não criam nenhum laço.

Mais uma vez estamos vivenciando um momento único em nossas vidas, ele se repete todos os anos, o mês de dezembro tem essa peculiaridade encantadora, qualquer um de nós, crente ou não crente sabe que esse tempo é diferente, faltam-nos palavras para conseguirmos expressar todo o significado desses dias que antecedem o nascimento de Jesus Cristo, podemos deixar de nos interessar por muitas coisas, podemos não prestar atenção ao que de pior está ocorrendo no mundo agora, podemos inclusive depreciar em demasia o nosso ser, a nossa existência, mas é praticamente impossível deixarmos de prestar atenção a esse acontecimento que comemoramos todos os anos, no dia vinte e cinco de dezembro; falem bem ou falem mal, Jesus nos deixa sempre com a orelha atrás da pulga, apesar de o nosso mundo viver de aparências, Ele está presente de um modo só.

Nossa sociedade, apesar da presença constante de Jesus, apesar de invocarmos constantemente o seu Nome, continua ela dividida, se movimentando num mar constante de contradições, a sociedade se engaja timidamente em causas que são vitais, deixam a cargo da indiferença o restante, nossa sociedade gosta de espetáculos, gostamos de saber quem são os ganhadores do Nobel do ano, ficamos eufóricos em saber qual personalidade do ano sairá na capa da principal revista, somos fascinados e até somos capazes de matar vidas e reputações inteiras, tudo para estarmos diante dos holofotes e deixarmos tudo como está. Nosso mundo está empanturrado de muitas coisas inúteis, sinais de morte estão por toda parte, discursos de boas intenções se espalhando, ações de final de ano apenas para aliviar a consciência de um ano inteiro dedicado às banalidades e às várias leviandades.

Bioeticamente, com tudo o que vimos, presenciamos e vivemos  nesse dois mil e vinte e três, deveria sim ser um ponto de virada em cada um de nós, temos assistido de perto o naufrágio da nossa querida natureza, temos provas mais do que suficientes que a crise climática pode nos levar à extinção, senão mudarmos nosso jeito de ser, assistimos comodamente em nossos sofás, as guerras ceifando vidas inocentes em todos os cantos, não levantamos a voz para as inúmeras forças de exclusão ao nosso entorno, mas bradamos com força total para que o nosso time do coração vença o campeonato. Jesus nesse novo natal, que ele nos dá a oportunidade de celebrarmos, com toda certeza quer uma mudança radical de nossas vidas, não aquela corriqueira, propícia apenas ao calor da emoção; um natal decente e verdadeiro deveria sermos mais e termos o suficiente para uma vida digna, sermos mais humildes e cada vez menos arrogantes, cada vez mais responsáveis por toda a criação e não meros usurpadores dela; Feliz Natal a todos e todas.

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