Na mesma semana em que Gabriel Azevedo (sem partido), presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), comemorou o arquivamento de um pedido de cassação contra o seu mandato, a abertura de um novo processo de mesmo tipo foi aceita pela maioria dos vereadores da capital mineira.
Na mesma semana em que Gabriel Azevedo (sem partido), presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), comemorou o arquivamento de um pedido de cassação contra o seu mandato, a abertura de um novo processo de mesmo tipo foi aceita pela maioria dos vereadores da capital mineira.
O impasse, que já dura três meses e pode se prolongar por mais três, já que o prazo de definição da CMBH sobre o novo pedido também é de 90 dias, é fruto de uma crise entre o grupo político de Gabriel e o prefeito Fuad Noman (PSD).
Para os vereadores de esquerda, a resolução do conflito, que tem dificultado a discussão e aprovação de projetos relevantes para a capital mineira, passa por uma nova eleição de todos os membros da Mesa Diretora.
"A condução da Casa Legislativa está insustentável, já perdemos o projeto de lei da emergência climática e os empréstimos para garantir obras de urbanização. Acreditamos que é necessária uma recomposição da mesa diretora, por meio do diálogo, para que haja um ambiente saudável e democrático", disse a vereadora Iza Lourença (PSOL), ao Brasil de Fato MG.
Disputa de poder
No último sábado (2), Iza e os outros quatro vereadores da bancada progressista da Câmara, Cida Falabella (PSOL), Bruno Pedralva (PT), Pedro Patrus (PT) e Doutor Célio Frois (PV), lançaram uma nota, convidando os colegas a considerarem a possibilidade de renovação completa do grupo que coordena os trabalhos da CMBH.
"Defendemos a renúncia coletiva e simultânea de todos os membros da mesa diretora, e a composição com novos membros, respeitando as atuais forças políticas do poder Legislativo municipal", diz o texto.
Os signatários da nota acreditam que a permanência de Gabriel na presidência da Casa não trará harmonia para a relação entre o Legislativo e o Executivo. Ao mesmo tempo, os cinco vereadores também acham que a substituição pelo atual vice-presidente, Juliano Lopes (Agir), não restabelecerá uma pacificação entre os poderes.
O vice é membro do grupo político de Marcelo Aro (PP), secretário da Casa Civil do governo de Romeu Zema (Novo). Com o desenrolar do conflito, o prefeito acabou aproximando os aliados de Aro para a sua base.
"É fundamental entender que a briga entre os grupos do Gabriel e do Marcelo Aro é uma briga por poder, que não traduz divergências reais na sociedade. Ambos são grupos conservadores, de direita e liberais. A gente precisa entender que a saída é democrática, com a recomposição da Mesa Diretora, para que todas as forças estejam representadas e a Câmara cumpra o seu papel", comenta o vereador Bruno Pedralva (PT).