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ONG relata sumiço de desertores norte-coreanos deportados pela China

Até 600 norte-coreanos enfrentam um destino incerto após serem deportados pela China em outubro, conforme revelado por um grupo de direitos humanos sediado na Coreia do Sul nesta quinta-feira (7).

Por Da Redação

07/12/2023 às 16:48:58 - Atualizado há

Até 600 norte-coreanos enfrentam um destino incerto após serem deportados pela China em outubro, conforme revelado por um grupo de direitos humanos sediado na Coreia do Sul nesta quinta-feira (7). Eles estão incomunicáveis há dois meses, segundo informações da agência Reuters.

Um relatório da ONG Grupo de Trabalho sobre Justiça Transnacional (TJWG, na sigla em inglês) destacou a preocupação de que esses repatriados possam ser presos, torturados ou até mesmo mortos. O alerta surge cerca de dois meses após Seul protestar junto a Beijing devido a suspeitas de repatriamento em massa de norte-coreanos que tentavam fugir para a Coreia do Sul.

O TJWG revelou que centenas de desertores foram mandados de volta a Pyongyang no dia em 9 de outubro, sendo transportados em ônibus e vans monitorados da China para o Norte, episódio que é tido como a maior repatriação em anos. Embora a identidade dos exilados permaneça desconhecida, o grupo destaca que a maioria é composta por mulheres.

Homens são fotografados em um vagão de trem na Coreia do Norte em 2015 (Foto: WikiCommons)

Segundo o relatório, desde o retorno, não houve comunicação com os desertores, que agora “enfrentam ameaças de tortura, violência sexual, prisão em campos de concentração, abortos forçados e execução”, sendo rotulados como “criminosos” e “traidores” pelo regime de Kim Jong-un.

A mídia estatal norte-coreana permanece em silêncio sobre o caso, mas historicamente rotula os desertores como “escória humana”. O episódio ocorre em um contexto em que Kim intensificou o controle das fronteiras nos últimos anos.

Em outubro, o Ministério das Relações Exteriores chinês negou a presença de “desertores”, afirmando que os norte-coreanos entraram ilegalmente por “motivos econômicos” e que a China “agiu conforme a lei”.

Durante a pandemia, um número menor de dissidentes norte-coreanos conseguiu chegar ao país vizinho devido ao fechamento das fronteiras pela Coreia do Norte.

Atualmente, com o alívio de algumas restrições em Pyongyang, as trocas comerciais com a China foram retomadas. Dados de Beijing indicam que as exportações para a Coreia do Norte aumentaram consideravelmente nos últimos meses.

Por que isso importa?

Na Coreia do Norte, as condições políticas repressivas, a falta de liberdades individuais, a escassez de recursos e o controle rigoroso exercido pelo regime podem levar muitos a buscar uma vida melhor em outros lugares. Diante desse cenário, os “desertores” norte-coreanos são indivíduos que decidem fugir do país em busca de liberdade, oportunidades econômicas e uma vida mais segura.

Muitos tentam chegar à Coreia do Sul, onde existe uma comunidade considerável de desertores norte-coreanos e um sistema de apoio para ajudá-los a se integrar à sociedade sul-coreana. Outros podem buscar asilo em países vizinhos, como China ou Rússia.

Os riscos de deportação são significativos, especialmente em países que têm acordos de repatriação com a Coreia do Norte, como a China. Muitos desertores que buscam refúgio na China enfrentam o risco de serem detidos e repatriados para a Coreia do Norte, onde enfrentam punições severas, incluindo detenção, tortura e até mesmo execução.

O tratamento desses indivíduos varia dependendo das políticas de cada país e das relações diplomáticas com a Coreia do Norte. O processo de refúgio para desertores norte-coreanos é complexo e cheio de desafios devido às pressões políticas e humanitárias envolvidas.

Fonte: A Referência
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