Saúde Coronavírus

Em meio a novo alerta de saúde, China censura reportagem sobre aplicativo que rastreia Covid

Por A Referência

05/12/2023 às 20:28:29 - Atualizado há

Em meio a um cenário de aumento nas infecções respiratórias no país, censores chineses retiraram do ar uma reportagem que investigava a reintrodução de um aplicativo de rastreamento de doenças, o Health Code (Código de Saúde, em tradução literal), amplamente utilizado durante a controversa política sanitária "Zero Covid". As informações são da rede Radio Free Asia.

Segundo relatos da mídia local e residentes, governos locais em Sichuan e Guangdong teriam trazido o app de volta, após retirá-lo em dezembro de 2022, época em que Beijing descontinuou as rigorosas restrições da Covid-19, que deixaram milhões de cidadãos trancados em casa durante períodos longos e empresas impedidas de funcionar.

A reportagem do veículo Top News, publicada em 1º de dezembro, mencionava postagens nas redes sociais em toda a China que mostravam a reativação do aplicativo, um indício de que a Covid teria voltado a ser um problema de saúde nas área afetadas. Porém, o conteúdo desapareceu do site.

Mulher chinesa checa seu smartphone (Foto: Unsplash/Divulgação)

Na matéria que desapareceu, autoridades de Guangzhou afirmavam que certos elementos do aplicativo nunca foram retirados, embora a capacidade de impor restrições de viagem tenha sido encerrada em fevereiro e permaneça inativa. A matéria também destacava a reativação do Tianfu Health Pass, um QR code pessoal utilizado para comprovar a saúde do usuário em verificações em aeroportos, estações de trem, rodoviárias, shoppings, parques turísticos, entre outros locais, durante a pandemia, na província de Sichuan.

A remoção do artigo, que também foi reportado por diversos veículos de comunicação fora da China continental, ocorre em meio aos desafios enfrentados pelos hospitais chineses ao lidar com um aumento nas doenças respiratórias, incluindo muitos casos entre crianças, provocando encerramento das aulas e, inclusive, alertas oficiais de casos crescentes de infecção por coronavírus.

A falta de transparência das autoridades chinesas contribui para a incerteza em meio a essa evolução da situação, embora a Comissão Nacional de Saúde (NHC, da sigla em inglês) tenha afirmado à Organização Mundial da Saúde (OMS) que esse aumento é atribuído a patógenos conhecidos, como a gripe e infecções bacterianas comuns que afetam especialmente as crianças, incluindo a pneumonia por micoplasma.

Uma enfermeira de um hospital em Wuhan, cidade onde a Covid-19 começou a se espalhar em 2019, relatou a reativação do Health Code em regiões como Fujian, Guangdong, Shaanxi e Sichuan, devido à gravidade da pneumonia por micoplasma. Ela destacou que a doença começou em crianças e está se espalhando, comparando-a ao padrão de disseminação observado durante a pandemia de coronavírus.

Restrições podem voltar

Relatos sugerem que a China pode retomar medidas de confinamento para controlar doenças infecciosas. Em 1º de dezembro, novas vacinas Covid-19 foram aprovadas para uso emergencial. Enquanto isso, autoridades pedem precauções básicas, como uso de máscaras e lavagem das mãos.

Beijing também monitora doenças respiratórias de inverno, ampliando o horário dos ambulatórios e garantindo o suprimento de vacinas, com foco em idosos e crianças.

Segundo as autoridades sanitárias locais, o aumento das infecções respiratórias é atribuído a uma combinação de bactérias e vírus, incluindo gripe sazonal e Mycoplasma pneumoniae, também conhecida como "pneumonia ambulante". Elas afirmam que não há detecção de novo coronavírus e não foram relatadas mortes.

Fonte: A Referência
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