Mercado financeiro eleva estimativa de inflação para 2023 e 2024

As projeções de inflação para 2023 e o próximo ano foram revisadas para cima pelos economistas do mercado financeiro, de acordo com o relatório "Focus" divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (4). O levantamento, que consultou mais de 100 instituições financeiras na semana passada, revela que a projeção para o IPCA, a inflação oficial deste ano, passou de 4,53% para 4,54%.

Apesar do aumento, a estimativa dos analistas para a inflação de 2023 permanece abaixo do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta central de inflação para este ano é de 3,25%, sendo considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Se as projeções do mercado se confirmarem, será interrompida uma sequência de dois anos de descumprimento da meta de inflação, com o IPCA atingindo 10,06% em 2021 e 5,79% em 2022.

Quanto à estimativa de inflação para 2024, houve um aumento de 3,91% para 3,92% na última semana. A meta para o próximo ano é de 3%, considerada cumprida se variar entre 1,5% e 4,5%. O Banco Central está direcionando suas ações para atingir essa meta no próximo ano ao definir a taxa básica de juros.

A alta da inflação impacta negativamente o poder de compra, especialmente para aqueles com salários mais baixos, pois os preços dos produtos aumentam sem um acompanhamento proporcional nos salários.

Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, o mercado financeiro manteve a projeção de crescimento em 2,84%. Para 2024, a previsão permaneceu inalterada em 1,50%.

As estimativas para a taxa básica de juros foram mantidas para o final deste ano e de 2024, com a taxa Selic atual em 12,25% ao ano. Para o final de 2023, a projeção é de 11,75%, e para 2024, permanece estável em 9,25%.

Outras projeções do mercado financeiro incluem uma redução na projeção do dólar, de R$ 5 para R$ 4,99 no final de 2023, e de R$ 5,05 para R$ 5,03 no final de 2024. A expectativa para o saldo da balança comercial em 2023 caiu de R$ 83 bilhões para US$ 78,4 bilhões, enquanto para 2024, diminuiu de US$ 69 bilhões para US$ 67,2 bilhões. A previsão de ingresso de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2023 subiu de US$ 62,6 bilhões para US$ 62,8 bilhões, mantendo-se em US$ 70 bilhões para 2024.