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Após o Canadá, EUA acusam a Índia de ligação com tentativa de assassinato em Nova York

Por A Referência

30/11/2023 às 13:37:34 - Atualizado há

Os EUA bem que tentaram, mas não conseguiram se manter alheios a uma crise diplomática com a Índia desencadeada pela morte de um líder separatista sikh no Canadá. Na quarta-feira (29), o Departamento de Estado norte-americano anunciou que um caso semelhante foi registrado em Nova York, segundo informações da rede Deutsche Welle (DW).

Em junho deste ano, o líder separatista sikh Hardeep Singh Nijjar foi assassinado no estado canadense da Colúmbia Britânica. Pouco depois, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, sugeriu o possível envolvimento de autoridades indianas e convocou seus aliados a se juntarem em uma cruzada diplomática contra Nova Délhi. Foi ignorado e se viu isolado internacionalmente.

Agora, entretanto, Washington se vê na obrigação de ingressar no problema, ao acusar o governo da Índia de ligação com uma tentativa de assassinato contra um separatista sikh em Nova York. O caso teve a participação direta de um funcionário público indiano.

"O réu conspirou na Índia para assassinar, aqui mesmo na cidade de Nova York, um cidadão norte-americano de origem indiana que defendeu publicamente o estabelecimento de um Estado soberano para os sikhs", disse o promotor federal Damian Williams.

A acusação envolve não apenas o funcionário do governo não identificado, que teria atuado a partir do território indiano para orquestrar o assassinato de Gurpatwant Singh Pannun, segundo revelou a revista Newsweek. Outro envolvido na conspiração é Nikhil Gupta, que está preso República Tcheca, onde é alvo de um processo de extradição para o território norte-americano.

Gupta teria entrado em contato com um suposto aliado nos EUA, que indicaria um assassino de aluguel para cometer o crime. O indivíduo que faria a conexão, entretanto, era na verdade um agente da polícia norte-americana infiltrado.

O governo indiano disse que leva a sério as acusações e que uma investigação foi estabelecida para "para analisar todos os aspectos relevantes da questão", de acordo com a DW.

Pannun, por sua vez, não poupou Nova Délhi. "O atentado contra a minha vida em solo americano é o caso flagrante do terrorismo transnacional da Índia, que se tornou um desafio à soberania dos EUA e uma ameaça à liberdade de expressão e à democracia, provando inequivocamente que a Índia acredita no uso de balas, enquanto os sikhs pró-Khalistão acreditam nas votações", disse ele à Newsweek.

Separatista

Os separatistas sikh buscam estabelecer um estado chamado Khalistão na região indiana de Punjab. O movimento tem apoio tanto na Índia quanto entre a vasta diáspora sikh global. Durante as décadas de 1980 e 1990, uma insurgência separatista em Punjab resultou na morte de milhares de pessoas, e em 2023 o governo indiano lançou uma extensa operação para capturar um líder militante local.

A partir dali, a perseguição aos separatistas e ativistas da causa se espalhou mundo afora. Foi o Canadá quem primeiro chamou a atenção para o possível envolvimento do governo indiano em crimes contra líderes sikh em solo estrangeiro, ao denunciar a relação direta de Nova Délhi com a morte de Hardeep Singh Nijjar.

Nijjar, de 45 anos, foi assassinado a tiros em Surrey, um subúrbio de Vancouver com uma significativa comunidade sikh. O incidente ocorreu três anos após a Índia rotulá-lo como "terrorista". Supostamente, ele estava envolvido na organização de um referendo não oficial na Índia com o objetivo de estabelecer uma nação independente quando foi morto.

Antes de Nijjar ser baleado por homens armados mascarados, a Índia havia intensificado uma campanha para pressionar países como Canadá, Austrália, Reino Unido e Estados Unidos, que abrigam comunidades sikh significativas e frequentes manifestações pró-Khalistão, pedindo a essas nações que reprimam esse movimento.

Fonte: A Referência
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