Geral Últimas Notícias

Vetos de Lula ao marco temporal são analisados pelo Congresso nesta quinta-feira (23)

O Congresso decide nesta quinta-feira (23) se derruba ou mantém os vetos do presidente Lula à lei do marco temporal das terras indígenas.

Por Da Redação

23/11/2023 às 07:26:25 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

O Congresso decide nesta quinta-feira (23) se derruba ou mantém os vetos do presidente Lula à lei do marco temporal das terras indígenas. O critério de demarcações, que é defendido por ruralistas e repudiado por indígenas, será analisado em sessão conjunta semipresencial entre deputados e senadores a partir das 10h.

A análise do marco temporal estava na pauta do Congresso do dia 9 de novembro, mas foi adiada por um acordo entre os parlamentares, para dar lugar à votação que destinou R$ 15 bilhões para compensação a estados e municípios por perdas de arrecadação resultantes da desoneração dos combustíveis no governo de Jair Bolsonaro (PL).

:: Em julgamento histórico, STF derruba marco temporal das terras indígenas por 9 votos contra 2 ::

Os vetos de Lula que serão analisados pelo Congresso suprimiram pontos inconstitucionais da lei, entre eles o critério de tempo para validar demarcações, mas manteve mudanças consideradas como retrocessos por indígenas e indigenistas, por permitirem a abertura de áreas indígenas ao agronegócio.

Insatisfeito, o setor mais poderoso do Congresso - a bancada ruralista - anunciou que pretendia derrubar os vetos de Lula e restabelecer a lei do marco temporal na sua integralidade. O movimento indígena reagiu e convocou mobilizações nas cidades, aldeias e na internet.

Pelo marco temporal, só podem ser demarcadas terras ocupadas por indígenas na data da promulgação da Constituição Federal, 5 de outubro de 1988.

Correlação de forças desfavorável aos indígenas

Para derrubar os vetos presidenciais, a sessão conjunta do Legislativo terá que ter maioria absoluta, ou seja, pelo menos 257 votos dos deputados e 41 dos senadores. A tese ruralista foi aprovada com 283 votos na Câmara e 43 no Senado, mais do que o necessário para restabelecer o marco temporal.

:: Extermínio indígena e demarcações paralisadas: entenda as consequências do "marco temporal" ::

Se não houver acordo entre governo federal e bancada ruralista, a tendência é a derrubada do veto e, com isso, a transformação do marco temporal em lei. Nas últimas semanas, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) procurou parlamentares para tentar reverter a tendência de derrota no Congresso.

"Há uma possibilidade grande de reverter alguns pontos [da lei do marco temporal] ou quase sua totalidade no Senado, já que as casas votam separadamente para obter a maioria absoluta", calcula Kleber Karipuna, coordenador da Apib.

O plano B dos ruralistas

Se o marco temporal for restabelecido via Legislativo, a Apib ou outras organizações poderão questionar a medida no STF por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). Até a decisão final, retrocessos contidos na lei podem continuar valendo, se não forem derrubados por medidas cautelares do Supremo.

:: Marco temporal: veto de Lula barrou principais retrocessos, mas pontos sancionados preocupam indígenas e indigenistas ::

Mas os ruralistas já tem um plano B, no caso de o STF derrubar novamente a lei do marco temporal. Após o Supremo declarar a inconstitucionalidade do critério de demarcações, o senador Dr. Hiran (PP-RR) protocolou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que pede a instituição do marco temporal para a demarcação de terras indígenas.

Comunicar erro
Jornalista Luciana Pombo

© 2024 Blog da Luciana Pombo é do Grupo Ventura Comunicação & Marketing Digital
Ajude financeiramente a mantermos nosso Portal independente. Doe qualquer quantia por PIX: 42.872.330/0001-17

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Jornalista Luciana Pombo
Acompanhantes Goiania