Por três votos a dois, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná inocentaram quatro pessoas acusadas de envolvimento na morte do menino Evandro Ramos Caetano.
Os condenados, que agora tiveram o reconhecimento da revisão criminal, podem entrar com novo processo na Justiça, dessa vez para buscar alguma reparação.
Evandro desapareceu no dia 6 de abril de 1992, em Guaratuba, no litoral do Paraná. O menino de seis anos foi localizado cinco dias depois, em uma mata, sem os órgãos e com partes do corpo decepadas.
Sete pessoas foram acusadas de terem usado o menino em um ritual. Entre os incriminados, estavam Celina Abagge, ex-primeira-dama de Guaratuba, à época. A filha, Beatriz Abagge, também foi apontada por envolvimento no crime.
Elas foram presas e, mais de cinco anos depois, foram soltas. Um dos julgamentos do caso, em 1998, é considerado o mais longo da história do Brasil, com 34 dias.
Naquele júri, mãe e filha foram inocentadas. O Ministério Público recorreu e, em 2011, Beatriz recebeu uma sentença de 21 anos. Celina não foi julgada, pois tinha mais de 70 anos e o crime estava prescrito.
Davi dos Santos Soares e Osvaldo Marcineiro, presos em 1992, chegaram a cumprir as penas.
Em janeiro do ano passado (2022), o Governo do Paraná emitiu uma carta, com pedido de perdão, por acusações de tortura contra Beatriz Abagge.
Reportagem: Fred Fiandanese, com supervisão de Cleverson Bravo