Durante participação em sua live semanal, nesta terça-feira, 24, o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) falou sobre a crise de segurança pĂșblica no Rio de Janeiro e afirmou que o governo avalia uma solução em conjunto com o governo de ClĂĄudio Castro (PL): "Não queremos lavar as mãos. Vamos ver como podemos entrar e participar. Não queremos pirotecnia. Não queremos intervenção no Rio, que não ajudou em nada. Não queremos tirar autoridade do governador ou do prefeito. Queremos compartilhar uma saĂda". O presidente descartou a possibilidade de uma intervenção federal, como a que foi feita em 2017, e afirmou que jĂĄ tratou do assunto com o ministro da Defesa, FlĂĄvio Dino, e que vai conversar com o ministro da Defesa, José MĂșcio Monteiro para usar as estruturas da Justiça e da Defesa no combate ao crime organizado e as milĂcias no Rio. "Nós queremos compartilhar as soluções dos problemas dos estados com o governo federal", declarou Lula.
O problema da violĂȘncia no Rio de Janeiro termina sendo um problema do Brasil. As fortes chuvas no Sul e as queimadas na Amazônia são problemas do Brasil. Esse governo não vai se esconder e dizer que é só problema dos estados. Eu jĂĄ conversei com o FlĂĄvio Dino e hoje vouÂ
— Lula (@LulaOficial) October 24, 2023
O presidente também cogita a recriação do Ministério da Segurança PĂșblica no intuito de se articular melhor com os governadores: "Estou pensando como a pasta vai interagir com os Estados porque o problema da segurança é estadual e queremos compartilhar a solução". "Não é possĂvel que o povo do Rio tenha que sofrer tanto com os marginais. O governo federal estarĂĄ presente ajudando a combater o crime organizado para que o povo do Rio volte a ter tranquilidade, o direito de ir e vir sem ser importunado com bala perdida e ônibus queimado", relatou Lula, que também culpou a recente flexibilização do porte e compra de armas pelo fortalecimento do crime organizado.
O Brasil tem um problema crônico no combate ao crime organizado. As condições de vida do nosso povo precisam melhorar. Precisamos juntar os governadores, prefeitos e o governo federal para pensar soluções conjuntas. A liberação das armas, de forma atabalhoada, fez com que o crimeÂ
— Lula (@LulaOficial) October 24, 2023
As linhas de transporte pĂșblico do Rio de Janeiro iniciaram as operações na manhã desta terça-feira com restrições em razão dos ataques ocorridos na zona oeste da capital fluminense na segunda-feira, 23, quando 35 veĂculos foram queimados, sendo 20 da operação municipal, cinco BRTs e outros dez de turismo e fretamento. Como o site da Jovem Pan mostrou, a cidade registrou um recorde no nĂșmero de ônibus incendiados em um Ășnico dia. Os ataques foram uma retaliação de um grupo criminoso que opera na Zona Oeste. Isto porque, mais cedo, a PolĂcia Civil havia matado Matheus da Silva Rezende, conhecido por ser o nĂșmero 2 da principal milĂcia da cidade e sobrinho do miliciano Zinho.
Em coletiva de imprensa, o governador ClĂĄudio Castro (PL) anunciou que prendeu 12 pessoas por colocarem fogo nos veĂculos. De acordo com o chefe do Executivo estadual, o grupo responderĂĄ por "atos terroristas" e serĂĄ transferido para presĂdios federais. Além disso, o mandatĂĄrio afirmou que não medirĂĄ esforços para deter Zinho e outros dois grandes milicianos conhecidos como Abelha e Tandera.