PolĂ­tica Relatório

Conflitos no campo têm segundo maior número no 1º semestre deste ano

Por Agência Brasil

10/10/2023 às 10:33:54 - Atualizado hĂĄ
Foto: Reprodução internet

O nĂșmero de conflitos no campo registrados no primeiro semestre de 2023 foi o segundo maior dos Ășltimos dez anos, somente superado pela quantidade ocorrida nos seis primeiros meses de 2020. Os dados, divulgados hoje (10), são da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Ao todo, foram notificados 973 conflitos no campo em 2023, representando aumento de 8% em relação ao mesmo perĂ­odo de 2022, quando ocorreram 900 conflitos. Em 2020, ocorreram 1.007 conflitos. Nos Ășltimos dez anos, 2015 teve o primeiro semestre com o menor nĂșmero de conflitos: 551.

De acordo com o relatório da CPT, a maioria dos conflitos em 2023 foi pela terra (791), seguida pelo trabalho escravo rural (102) e conflitos pela ĂĄgua (80). Aproximadamente 527 mil pessoas estiveram envolvidas em conflitos nos primeiros seis meses do ano, com queda de 2% em relação a 2022.

Em relação à categoria que sofre a violĂȘncia por terra, os povos indĂ­genas e suas comunidades são as mais atingidas com 38,2% dos casos, seguida dos trabalhadores rurais sem terra (19,2%), posseiros (14,1%) e quilombolas (12,2%).

Queda de mortes

A CPT registrou ainda, no 1Âș semestre de 2023, queda no nĂșmero de mortes em relação ao ano anterior: 14, em 2023, ante 29 em 2022, uma diminuição de 51,7%. De acordo com o relatório, cerca de 80% dos casos ocorreram na Amazônia Legal (11), o que torna a região a mais violenta no campo brasileiro. Aproximadamente metade das mortes foi causada pela contaminação por agrotóxicos.

Os povos indĂ­genas são os mais afetados, com seis mortos, seguidos dos trabalhadores sem terra (5), posseiro (1), quilombola (1) e funcionĂĄrio pĂșblico (1). Também as ameaças de morte tiveram redução no primeiro semestre: de 78, em 2022, para 56, em 2023; e as tentativas de assassinato (49 para 30, na mesma comparação).

Trabalho Escravo

Segundo o relatório da CPT, o primeiro semestre de 2023 foi marcado pelo aumento no nĂșmero de casos de trabalho escravo rural: 102 (20% superior ao registrado em igual perĂ­odo de 2022) e de pessoas resgatadas dessa condição: 1.408 (crescimento de 43,9%, na mesma comparação). Ambos são os maiores dos Ășltimos dez anos.

A maior quantidade de pessoas resgatadas ocorreu no cultivo da cana-de-açĂșcar (532), seguido das lavouras permanentes (331), braços do agronegócio junto com a mineração (104), o desmatamento (63), a produção de carvão vegetal (51) e pecuĂĄria (46).

Tipos de conflito

Durante o primeiro semestre de 2023, 878 famĂ­lias tiveram suas casas destruĂ­das; 1.524, seus roçados; e 2.909, seus pertences. Houve 554 famĂ­lias expulsas das terras que ocupavam, e 1.091 foram despejadas judicialmente. Ocorreram ainda 143 crimes de pistolagem; 85, de grilagem; e 185, de invasão.

O CPT registrou diminuição de 130 para 80 dos conflitos pela ĂĄgua no primeiro semestre de 2023. "Mas a diminuição nos registros não esconde os danos dos empreendimentos que afetam diretamente as populações que se relacionam e dependem das ĂĄguas para sobreviver, com os povos indĂ­genas sendo os mais afetados (32,5%), seguidos dos quilombolas (23,75%), pescadores (15%), posseiros (6,25%) e ribeirinhos (6,25%)", diz o texto do relatório.

Mulheres vĂ­timas

Houve aumento na violĂȘncia contra as mulheres no contexto do campo, passando de 94, em 2022, para 107, em 2023, uma alta de 13,8%. O destaque negativo foram os estupros de 30 adolescentes yanomami por garimpeiros ilegais no mĂȘs de fevereiro.

As mulheres sofreram ainda casos de intimidação (20), ameaças de morte (16), agressão (6), criminalização (5), e cĂĄrcere privado (5).

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