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Missão da ONU volta a Nagorno-Karabakh após 30 anos em meio ao êxodo dos armênios

Por A Referência

02/10/2023 às 13:14:38 - Atualizado há

Após mais de 30 anos ausente da região de Nagorno-Karabakh, uma missão da ONU (Organização das Nações Unidas) chegou ao enclave no domingo (1º), conforme se aproxima do fim o êxodo dos armênios étnicos que ali viviam. As informações são da agência Reuters.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que cem mil pessoas já tenham deixado a região rumo à Armênia, que prometeu receber os separatistas que por três décadas ocuparam o enclave mesmo sem reconhecimento internacional.

"Acionamos nossos sistemas de emergência e enviamos especialistas ao país numa série de disciplinas, incluindo saúde mental, gestão de queimaduras, serviços essenciais de saúde e coordenação de emergência, após uma avaliação completa das necessidades", disse Hans Henri Kluge, diretor regional da OMS para a Europa. "Os desafios são realmente enormes e estamos lá para fazer tudo o que pudermos."

Mural com a bandeira da República de Artsakh em Stepanakert, capital de fato de Nagorno-Karabakh (Foto: Clay Gilliland/Flickr)

Os cerca de 120 mil armênios étnicos que viviam em Nagorno-Karabakh, para eles República de Artsakh, começaram a ir embora após uma ofensiva militar realizada na semana passada pelo Azerbaijão, que a partir de agora vai incorporar a área a seu território.

A rápida ofensiva azeri acabou com um cessar-fogo mediado pela Rússia. Então, na última quinta-feira (28), Samvel Shahramanyan, presidente da região, assinou um decreto que dissolve, a partir de 1º de janeiro de 2024, todas as instituições estatais. Os rebeldes entregaram as armas, e a Armênia se ofereceu para receber no país aqueles que fossem embora.

A missão da ONU que chegou ao local tem como objetivo avaliar questões humanitárias. A Armênia, porém, fez um pedido à Corte Internacional de Justiça (CIJ) para que as Nações Unidas assumam o controle, com o Azerbaijão retirando suas tropas de todos os estabelecimentos civis.

Entenda a questão

Nagorno-Karabakh é um território ocupado por uma maioria armênia cristã que declarou independência do Azerbaijão, país majoritariamente muçulmano, desencadeando uma guerra que foi de 1992 a 1994. O conflito causou 30 mil mortes e desalojou centenas de milhares de pessoas, com a reivindicação de independência dos armênios não sendo reconhecida por nenhum país.

Desde 1994, o enclave vinha sendo controlado por forças que o Azerbaijão alegava incluir tropas da Armênia, que sempre negou ter militares ali. Após um cessar-fogo estabelecido com a ajuda de Rússia, EUA e França, um novo conflito armado entre os dois países eclodiu em 2020 e durou 44 dias, com mais 6,5 mil mortos, aproximadamente.

Um novo acordo de paz foi firmado, este mediado pela Rússia, no início de 2021. Mas ele sempre foi visto com desconfiança pela população armênia, e um ataque do Azerbaijão em 21 de setembro de 2023 gerou o temor de que um novo conflito poderia se iniciar.

O Ministério da Defesa do Azerbaijão afirmou que "apenas alvos militares legítimos foram destruídos" no ataque. A Armênia, reforçando que não tinha tropas em Nagorno-Karabakh, alegou que o governo azeri "violou o cessar-fogo ao longo de toda a linha de contato."

A ação do governo Azerbaijão incluiu mísseis, artilharia e drones turcos Bayraktar para bombardear o território ocupado pelos armênios. Baku alega que reagiu a um ataque vindo das montanhas que teria matado um número não especificado de soldados azeris.

Informações divulgadas por autoridades russas, azeris e armênias indicam que mais de 200 pessoas morreram em razão da ofensiva militar que durou cerca de 24 horas. Entre as vítimas estariam civis, crianças e até dois militares da Rússia, membros das forças de paz de Moscou que atuam na área.

Fonte: A Referência
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