Justiça entendeu que Joãozinho Ribeiro (MDB) e familiares se apropriavam de salários de assessores. Cabe recurso da decisão. Parlamentar nega o crime.
A Justiça do Paraná condenou o vereador Joãozinho Ribeiro (MDB), de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a oito anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo crime de concussão, conhecido como esquema de "rachadinha", quando exige para si vantagem indevida.
A esposa e o filho dele também foram condenados.
Para a Justiça, o vereador se apropriou de parte de salários de assessores. Cabe recurso da decisão, por isso, o vereador aguarda em liberdade.
O parlamentou negou o crime e disse que pedirá a anulação do julgamento.
As condenações ocorreram a partir de denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR). O órgão também denunciou a família por associação criminosa, mas eles foram absolvidos desta acusação.
Condenação da esposa e do filho
A esposa do vereador, Jurema Carros Ribeiro, foi condenada a oito anos, seis meses e oito dias de prisão em regime fechado.
O filho do casal, Israel Carros Ribeiro, recebeu a pena de sete anos, dois meses e oito dias de prisão em regime inicialmente semiaberto.
Em nota, o advogado do parlamentar, Danilo Vieira de Castro, disse que o "acórdão está inventado de vícios" e que está confiante que o recurso será no sentido de reverter a situação.
"Não foi respeitado o vício natural no caso. Não foi dada a ampla defesa. Foi realizado um pedido de sustentação oral. Foi indefinido pelo embargador", disse.
À RPC, Joãozinho Ribeiro disse que os ex-assessores são informantes.
"Os desembargadores usaram a mesma decisão, colaram, copiaram e colaram, não analisaram minhas provas, provas periciais que diz que eu não cometi o crime", disse.
O g1 tenta contato com a Câmara Municipal de Pinhais para comentar o caso.
O esquema, segundo o MP
Na denúncia, o MP-PR afirma que os assessores recebiam apenas uma parte do salário e que tinham que repassar o restante para a família.
"Ficou cabalmente comprovado que João Ribeiro, na função de vereador do município de Pinhais, exigia para si e sua família, vantagem indevida consiste no repasse parcial das remunerações dos assessores, no vulgarmente conhecido como esquema de "rachadinha"", diz a nota.
Ainda de acordo com o MP-PR, os pagamentos eram de R$ 2 mil mensais e foram feitos entre 2013 e 2016, no segundo mandato do vereador.
Os pagamentos aconteciam dentro do gabinete do parlamentar, conforme a denúncia.