Economia Reforma tributária

Setores têm que pensar mais em ceder do que conquistar na reforma tributária, diz Pacheco

Alvo de lobbies por benefícios fiscais, Senado espera votar emenda constitucional em outubro

Por Biznews

22/08/2023 às 04:01:45 - Atualizado há


Nesta segunda-feira, 21 de agosto, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, pertencente ao PSD de Minas Gerais, enfatizou que o debate acerca da reforma tributária deve ser orientado mais pela concessão do que pela conquista. Ele reiterou seu desejo de que o projeto seja votado em outubro, com a subsequente promulgação ainda dentro do ano de 2023.

O Senado tem enfrentado não apenas pressões dos governos estaduais, mas também de setores prejudicados pela reforma, como os ramos de serviços e comércio. Um exemplo é o setor de serviços, que argumenta que a alíquota tributária aumentará de 8,75% para o novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA), projetado em cerca de 28%.

"É essencial adotar uma abordagem de concessões em vez de busca por conquistas", declarou Pacheco durante um evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, onde discutiu o tema. Ele enfatizou: "A cooperação é crucial, seja por parte dos municípios, governos estaduais, União, bem como dos setores de serviços, comércio e indústria. Todos devem estar dispostos a ceder um pouco."

Pacheco argumentou que existe um consenso quanto à necessidade de revisar o sistema tributário nacional, e, portanto, é imperativo encontrar um terreno comum. Para obter diferentes pontos de vista, ele agendou uma sessão plenária com os governadores para o próximo dia 29, na qual poderá ouvir as posições dos estados sobre o texto proposto.

A primeira sessão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado está agendada para o dia 4 de outubro. Posteriormente, Pacheco conduzirá a votação do projeto. Após essa etapa, a reforma retornará à Câmara dos Deputados e, posteriormente, voltará ao Senado.

Apesar disso, Pacheco expressou confiança de que a reforma será promulgada antes do final deste ano, ressaltando: "É de extrema importância para o Brasil implementar uma reforma tributária ainda em 2023."

Durante o evento na FGV, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, reforçou as críticas ao texto aprovado pela Câmara dos Deputados. Ele questionou a adoção de uma alíquota única em todo o país, as limitações às isenções fiscais e a criação de um conselho nacional para definir a alocação do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

"Isso representa um desafio à democracia, já que não fomos eleitos para depender das decisões desse conselho", ele criticou.

Sobre as isenções fiscais, Caiado mencionou a indústria farmoquímica estabelecida em Goiás, que escolheu o estado devido aos incentivos fiscais. Ele questionou: "Se eles adquirem matérias-primas da Índia e Europa para vender no Sul e Sudeste, por que permaneceriam em Goiás?".

Caiado também levantou dúvidas sobre as projeções para o novo imposto nacional, citando que, de acordo com o Ministério da Fazenda, a alíquota ficaria entre 20,7% e 27%. No entanto, com a concessão de benefícios a setores específicos, ele alega que esse número poderia superar 30%.

Fonte: Folha

Fonte: Biznews
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