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Coluna Fragmentos: Rádio Clube Pontagrossense - PRJ-2

O rádio se popularizou e assumiu a condição de principal veículo de comunicação no Brasil a partir da década de 1930.

Por Da Redação

28/07/2023 às 01:56:40 - Atualizado há

O rádio se popularizou e assumiu a condição de principal veículo de comunicação no Brasil a partir da década de 1930. Foi nesse momento que as emissoras se multiplicaram e que o Estado brasileiro investiu pesado no aumento das redes de transmissão no país.

As experiências com a transmissão radiofônica no Brasil tiveram início já no começo do século XX. No caso paranaense, a primeira demonstração pública de rádio-emissão ocorreu em Curitiba no ano de 1911. O evento reuniu dezenas de pessoas, entre as quais, Carlos Cavalcanti, então governador do Paraná. Em 1924 entrou em funcionamento a primeira emissora do estado: a Rádio Clube Paranaense.

Naqueles tempos, o rádio funcionou como um centro de entretenimento familiar. Ao longo do dia, por diversas vezes as pessoas se concentravam ao seu redor para ouvir músicas, notícias, transmissões esportivas e novelas. Foi assim que surgiram os primeiros ídolos da música e do esporte no Brasil.

Em função de capacidade de atingir um grande número de ouvintes, o rádio se transformou no grande instrumento para a nascente publicidade comercial no país, incrementando vendas e favorecendo o fortalecimento da indústria e do comércio nacional.

Em 1940 Manoel Machuca e Abílio Holzmann fundaram a primeira rádio de Ponta Grossa: a Rádio Clube Pontagrossense – PRJ-2. Programas jornalísticos, radionovelas e programas de auditório logo caíram no gosto da população local. Inicialmente a emissora funcionou em um imóvel localizado na avenida Ernesto Vilela, mas foi com sua transferência para a rua XV de Novembro e com a construção de seu auditório que a PRJ-2 atingiu seu momento de maior sucesso.

Até a década de 1960 os programas de auditório transmitidos ao vivo pela Rádio Clube tornaram-se extremamente populares. Semanalmente os programas, que mesclavam calouros, artistas e sorteio de prêmios para a platéia, reuniam centenas de pessoas no auditório da emissora.

A chegada da televisão ao Brasil, no início da década de 1950, correspondeu ao início de uma nova Era das comunicações no país. O rádio passou então a disputar espaços com esse novo veículo. Mesmo com o avanço tecnológico e a popularização de outras mídias, como verificamos nos dias atuais, o rádio sobreviveu. Mais do que isso, continua exercendo imenso fascínio sobre pessoas de diversas gerações. Em nossa cidade, a Rádio Clube Pontagrossense é prova disso. Setenta anos após a sua fundação continua viva e conta diariamente com uma audiência fiel que ainda pauta seu dia pelas informações difundidas pelos microfones da tradicional PRJ-2.

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A hora do Brasil

Em 1934 foi criado o primeiro programa em cadeia nacional em nosso país. "A Hora do Brasil" era transmitida em todas as rádios brasileiras diariamente entre às 19 e 20 horas. Seu principal objetivo era divulgar as ações do governo brasileiro e estabelecer uma relação de proximidade entre Getúlio Vargas e o "povo". A fórmula deu certo: Vargas (em parte pelo sucesso do programa) tornou-se o primeiro grande fenômeno político de massas em nosso país. Mais tarde, durante a ditadura militar, o programa passou a se chamar "A Voz do Brasil" (1971), mantendo os objetivos que levaram a sua criação na década de 1930.

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Barros Junior e Comadre Daisy

Entre dezenas de vozes que marcaram a história da PRJ-2, duas merecem destaque especial: Barros Junior e Daisy Durski. Com estilos e vozes inconfundíveis, ambos certamente ainda permanecem vivos na memória de quem tem 40 anos ou mais e que viveu em Ponta Grossa até a década de 1970. O primeiro marcou época como narrador esportivo e como locutor do Grande Jornal Falado HM, transmitido diariamente pela emissora na hora do almoço. Como esquecer da voz de Barros Junior dando vida as palavras de Vieira Filho e de seus "Perfis da Cidade"? Já a "Comadre Daisy" comandou por longos anos um programa matinal chamado "Gentilezas da Comadre", um programa de prestação de serviços no qual ela dava conselhos para as crianças mal educadas, avisos aos moradores do interior sobre a alta ou falecimento dos parentes internados nos hospitais de Ponta Grossa, receitas culinárias e de medicamentos caseiros. Ambos – Barros e Daisy – patrimônios culturais valiosos e inesquecíveis de Ponta Grossa.

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O material original, com mais de 170 colunas, será republicado na íntegra e sem sofrer alterações. Por isso, buscando respeitar o teor histórico das publicações, o material apresentará elementos e discussões datadas por tratarem-se de produções com mais de uma década de lançamento. Além das republicações, mais de 20 colunas inéditas serão publicadas. Completando assim 200 publicações.

Publicada originalmente no dia 05 de setembro de 2010.

Coluna assinada por Niltonci Batista Chaves. Historiador. Professor do Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Doutor em Educação pela Universidade Federal do Paraná.

Fonte: A Rede
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