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Oposição no Quênia fala em genocídio e coleta provas para entregar ao TPI

Por A Referência

26/07/2023 às 17:42:00 - Atualizado hĂĄ

A coligação de oposição do QuĂȘnia anunciou na terça-feira (25) que irĂĄ levar ao Tribunal Penal Internacional (TPI) acusações por "atrocidades policiais" que resultaram em 30 mortes durante protestos recentes contra o aumento do custo de vida e a cobrança de novos impostos. As informações são da agĂȘncia Associated Press.

Em coletiva de imprensa, o lĂ­der da oposição, Raila Odinga, afirmou que o paĂ­s enfrenta estĂĄgios formativos de genocĂ­dio e perseguição polĂ­tica. Diante da situação, a frente formada pelos opositores estĂĄ coletando evidĂȘncias para serem submetidas ao TPI, buscando a abertura de um processo sobre o uso excessivo de força pelas mãos das autoridades policiais do paĂ­s africano em meio a essa atmosfera de caos social.

Odinga declarou que estão sendo reunidos elementos para comprovar que pessoas pertencentes à comunidade étnica Luo, da qual faz parte, são especialmente visadas pelas autoridades. Durante os protestos, manifestantes dessa etnia foram internados no hospital com ferimentos causados por balas.

Raila Odinga lidera a oposição no paĂ­s africano (Foto: WikiCommons)

O veterano polĂ­tico, que lidera a coligação Azimio la Umoja ("Resolução para a unidade"), acusou a polĂ­cia de demonstrar parcialidade e perseguir uma agenda étnica em certas regiões do paĂ­s, enquanto aparentemente reprime as manifestações. Ele enfatizou que o posicionamento seletivo de policiais em ĂĄreas como Nairóbi reflete a intenção do Estado de perpetuar a limpeza étnica.

O ministro do Interior, Kithure Kindiki, rejeitou veementemente as alegações da oposição, descrevendo-as como "maliciosas, falsas e destinadas a distorcer a opinião pĂșblica". Afirmou ainda que as forças policiais permaneceram "neutras, imparciais e profissionais", acrescentando que um policial foi morto e mais de 300 outros ficaram feridos durante os protestos.

Nas Ășltimas trĂȘs semanas, o QuĂȘnia testemunhou protestos generalizados, com a população pedindo que o presidente William Ruto aborde o aumento do custo de vida e os novos impostos, que resultaram em um aumento no preço do combustĂ­vel, devido ao aumento do imposto sobre produtos petrolĂ­feros de 8% para 16%.

Odinga afirmou que os protestos continuarão, mas não especificou a data para o inĂ­cio da próxima onda de manifestações.

Inicialmente, a oposição convocou protestos para esta quarta-feira (26), mas posteriormente solicitou que seus apoiadores realizassem uma vigĂ­lia pacĂ­fica em homenagem às 50 pessoas que, segundo eles, morreram em protestos nas Ășltimas semanas.

Grupos de direitos humanos condenaram o uso de força excessiva pela polĂ­cia para dispersar os manifestantes, relatando que pelo menos 30 pessoas foram baleadas e mortas em protestos recentes.

O QuĂȘnia tem um histórico de protestos violentos, que resultaram em perda de vidas e danos à propriedade. Entre 2007 e 2008, a violĂȘncia pós-eleitoral levou à formação de um governo de coalizão após a mediação de vĂĄrios lĂ­deres entre os partidos opostos.

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