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Os ventos fortes que atingiram o Paraná tiveram, em média, menos da metade da velocidade que devastou os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Segundo o Sistema Meteorológico do Estado do Paraná (Simepar), a rajada máxima aqui no Estado aconteceu em Marechal Cândido Rondon, com 90,4 km/h. Logo abaixo vem a capital Curitiba (segundo INMET) com 87,1 km/h. As medições são referentes a quarta-feira (12), durante a noite.
Já nos outros dois estados que compõe a Região Sul do Brasil, as rajadas de vento foram mais intensas, chegando a 150 km/h, segundo estações de medição do INMET. Inclusive, há registro de mortes por conta do vento nesses Estados.
Mas, mesmo assim, com rajadas tão intensas e destrutivas no Sul do Brasil, por que a meteorologia não classifica o ciclone que passou pela região como um furacão?
De acordo com o MetSul, não é a força do vento exclusivamente que vai designar a nomenclatura de um sistema meteorológico. Um temporal isolado com vento de 140 km/h em parte de uma cidade não será chamado de um furacão.
Furacão é um ciclone tropical em que o vento máximo sustentado na superfície (usando a média de 1 minuto dos Estados Unidos) é de 64 nós (119 km/h) ou mais. O termo furacão é usado para ciclones tropicais que preencham este critério no Atlântico Sul e no Hemisfério Norte da Leste da Linha Internacional de Data até o Meridiano de Greenwich. O termo tufão é usado para ciclones tropicais do Pacífico ao Norte do Equador, a Oeste da Linha Internacional de Data.
Diante disso, o ciclone que causou destruição no Sul do Brasil não pode ser chamado de furacão. Furacão é ciclone tropical e o aconteceu na última quarta-feira (12) foi um ciclone extratropical. Ciclones podem ser extratropicais (centro de baixa pressão com perfil frio), subtropical (centro da baixa pressão com características extratropicais e tropicais), e tropicais (centro de baixa pressão com perfil quente).
Os sistemas mais intensos ou que causam mais danos costumam ser os tropicais, quando atingem o status de furacão, e os extratropicais que experimentam uma intensificação muito rápida (ciclogênese explosiva) ou ocorrem muito perto da costa.
Em um furacão, o que define a classificação do fenômeno é o vento máximo sustentado que precisa ficar acima de 119 km/h. Ou seja, não são as rajadas. No ciclone dessa semana, as rajadas estavam com força de furacão, mas não um vento sustentado de furacão (vento máximo sustentado é o vento continuo num intervalo de tempo).
Sem contar que a ciclogênese desse ciclone extratropical das últimas horas se deu sobre terra, ainda no continente. Furacões não se formam sobre terra e sim sobre oceanos, de onde retiram a energia.
O único furacão documentado no Atlântico Sul foi o Catarina, que tocou terra no Sul de Santa Catarina e na região de Torres entre os dias 27 e 28 de março de 2004. Um furacão da categoria 2 na escala Saffir-Simpson, um evento único na climatologia da América do Sul, que deixou onze mortos e muito prejuízo a dezenas de cidades.
*com informações da MetSul