Meu olhar sobre a Princesa!

Iniciamos um novo projeto na Coluna RC em contagem regressiva aos 200 anos de Ponta Grossa. Esse projeto irá trazer toda semana um olhar sobre a cidade, olhares que ajudaram na construção e no desafio de fazer da nossa princesa um local cada dia melhor. Para dar início ao projeto convidamos o Reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Miguel Sanches Neto.

Miguel Sanches Neto nasceu em 1965 em Bela Vista do Paraíso – Norte do Paraná. Em 1969, mudou-se para Peabiru, onde passou a infância. Doutor em Teoria Literária pela Unicamp e atual Reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, é autor de mais de 40 livros em diversos gêneros, de diários a aforismos. Publicou os romances Chove sobre minha infância, Um amor anarquista, A primeira mulher, A máquina de madeira, A segunda pátria e A Bíblia do Che. Finalista do Portugal Telecom e do Prêmio São Paulo, recebeu, entre outros, o Prêmio Cruz e Sousa (2002) e o Binacional das Artes e da Cultura Brasil-Argentina (2005). Teve trabalhos publicados em diversos países, dentre os quais Itália, Canadá, Espanha, e Um amor anarquista (2005) foi publicado na Argentina. Em 2014, recebeu a comenda da Ordem Estadual do Pinheiro, a mais alta honraria do Estado do Paraná.

Ponta Grossa 200 anos!

RC - Nos 200 anos da Cidade, quais são os melhores feitos dessa terra que surgiu em meio ao caminho das tropas?

Miguel - O que marcou Ponta Grossa e o Paraná foram as estradas de ferro, que se tornaram uma forma de receber os mais diversos povos, que construíram o interior do Paraná a partir daqui. Esta condição de porta de entrada de pessoas e de riquezas foi fundamental para que o desenvolvimento humano chegasse a todo o estado. A outra grande contribuição da cidade foi na área da conservação da natureza, permitindo que mantivéssemos as mais belas paisagens naturais em bom estado. Elas são hoje um patrimônio mundial, principalmente em uma época de mudanças climáticas.

RC - Olhando para o futuro, quais seriam as maiores oportunidades que temos a desenvolver na Cidade?

Miguel - Transformar Ponta Grossa cada vez mais em um território sustentável, valorizando os potenciais naturais que temos, que são atrativos para públicos nacionais e internacionais e fator de distribuição de renda. Junto com isso, estimular a região como um polo tecnológico, entendendo o ensino universitário, a pesquisa e a inovação como prioritários.

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RC - Qual seria a manchete ideal para os 200 anos da Cidade?

Miguel - Estamos há dois séculos cuidando da escarpa devoniana.

RC - Uma doce memória do passado da Cidade que tenha vivido e uma memória que gostaria que fosse eternizada no futuro?

Miguel - Recém-chegados, minha esposa e eu, ainda sem filhos, saíamos com nosso fusca pelos campos nos arredores da cidade, levando redes, algo para comer e livros para ler. Gostaria que ficasse para o futuro o dia em que tomei posse como reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa.