SÃO PAULO, 30 JUN (ANSA) – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a oito anos de inelegibilidade por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante um evento com embaixadores em julho de 2022.
SÃO PAULO, 30 JUN (ANSA) – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a oito anos de inelegibilidade por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante um evento com embaixadores em julho de 2022.
O presidente da corte, Alexandre de Moraes, disse que acompanha o voto do relator Benedito Gonçalves pela condenação de Bolsonaro, levando o placar do julgamento a 5 a 2 contra o ex-presidente.
Moraes destacou as mentiras contadas por Bolsonaro durante o encontro com os diplomatas e o uso da máquina pública para divulgação de fake news sobre o sistema eleitoral. “Toda a produção foi feita para que a TV Brasil divulgasse e a máquina existente multiplicasse a desinformação para chegar ao eleitorado”, enfatizou o ministro.
Além de Moraes e Gonçalves, votaram pela condenação os ministros Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e Cármen Lúcia. Já Raul Araújo e Kassio Nunes Marques se posicionaram contra a inelegibilidade do ex-presidente.
Em seu voto, o relator Gonçalves considerou Bolsonaro “integral e pessoalmente responsável pela concepção intelectual do evento” com os diplomatas, justificando a inelegibilidade.
Após a confirmação do resultado, o ex-presidente disse ter sido alvo de um “massacre” por parte de “alguns setores da sociedade e do Tribunal Superior Eleitoral”. “Sempre respeitei a constituição e trabalhei dentro das quatro linhas”, declarou.
Segundo Bolsonaro, o Brasil está em um “caminho bastante avançado para uma ditadura”. “Eleições sem confronto não é democracia. Quem seria oposição para esse atual mandatário que está aí em 2026? Pode ser que aparece, mas não tem nome. Seria quase que um W.O. Ou poderia continuar o mandato do Lula por aclamação, afinal ele é um grande democrata”, ironizou.
O ex-mandatário também comparou o Brasil com os regimes de Cuba, Nicarágua e Venezuela. “Vão brindar com o Ortega, da Nicarágua, que prendeu todos os opositores, que prendeu padres, expulsou freiras e persegue de forma brutal seu povo. Essas pessoas vão brindar com Díaz-Canel, afinal Cuba é uma democracia segundo eles, e também com Maduro”, reclamou Bolsonaro.
O ex-presidente ainda fez referência ao atentado contra ele na campanha de 2018. “Levei uma facada na barriga e hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade por abuso de poder político”, disse, acrescentando que o Brasil está “de luto”.
“Alguns vão soltar fogos, mas isso não é democracia”, afirmou.
(ANSA).