Escolas municipais de Umuarama estão receberam, hĂĄ alguns dias, a visita de voluntĂĄrias da Associação dos CelĂacos do ParanĂĄ (Acelpar) para orientações sobre alimentação segura, cuidados e a importância da inclusão social das crianças acometidas pela doença celĂaca, caraterizada pela intolerância ao glĂșten.
Ao lado da nutricionista Fabiana Tonon Laino, da Secretaria Municipal de Educação, SĂlvia Tânia de Azevedo e Eloise Scheer visitam turmas que contam com alunos celĂacos desde a Ășltima segunda-feira, 22. Elas jĂĄ passaram pelas escolas municipais São Cristóvão, Souza Naves, Ouro Branco, Malba Tahan, Dr. Ăngelo Moreira da Fonseca e pelo centro de educação infantil (CMEI) Maria Yokohama.
O cronograma prevĂȘ ainda visitas a outra turma da Escola Dr. Ăngelo Moreira da Fonseca, nesta quinta-feira, 25, à Escola Municipal São Francisco e ao CMEI Graciliano Ramos, na sexta, 26. Na manhã desta quarta a visita foi para o 3Âș ano B da Ăngelo Moreira, onde estuda a pequena Maria Clara de Almeida, que tem a doença.
"Realizamos um trabalho de acolhimento e orientação às famĂlias de pessoas celĂacas, orientamos sobre a alimentação e os cuidados para evitar o contato com resĂduos de glĂșten. Nesta semana visitamos as escolas em razão do 20 de maio, dia estadual e nacional do celĂaco", afirmou SĂlvia Tânia.
Nas escolas o foco é orientar os coleguinhas para entenderem um pouco sobre a doença, cuidados com a pessoa celĂaca e a importância de não excluĂ-las do convĂvio e das brincadeiras. "Elas não podem comer a merenda escolar, por isso consomem alimentos levados pela famĂlia e aquecidos em um micro-ondas exclusivo", disse a nutricionista Fabiana. "Fora isso, devem levar uma vida normal na escola", acrescentou.
Com um abordagem divertida e interativa, Eloise Scheer – que também tem a doença – explicou que para um convĂvio seguro é importante que coleguinhas lavem bem as mãos antes e depois da merenda, não toquem no lanche do amiguinho celĂaco e nem ofereçam comida para ele. "Importante também se habituar a ler os rótulos dos alimentos, buscando a indicação se contém ou não glĂșten na composição", orientou.
A associação tem um grupo de Whatsapp com mães de crianças e pessoas celĂacas para troca de informações, receitas e convivĂȘncia. As ações e dicas da Acelpar também estão no Instagram (www.instagram.com/celiacos.umuarama). Segundo Eloise, cerca de 1% da população tem a doença, embora muitos ainda enfrentem os sintomas da doença por falta de diagnóstico.
Doença autoimune causada pela intolerância ao glĂșten, proteĂna encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados (como massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, cerveja, uĂsque, vodka e alguns doces), provocando dificuldade do organismo de absorver os nutrientes, vitaminas, sais minerais e ĂĄgua.
Os sintomas aparecem entre os seis meses e dois anos e meio de vida, mas podem se manifestar na fase adulta. Os mais comuns são diarreia, prisão de ventre crônica, dor abdominal, inchaço na barriga, danos à parede intestinal, falta de apetite, baixa absorção de nutrientes, osteoporose, anemia, perda de peso e desnutrição.
O diagnóstico é feito por exame clĂnico com médico especialista, que analisa os sintomas, além de biópsia do intestino (por endoscopia), exames de sangue e/ou dieta restritiva sem glĂșten. O principal tratamento é a dieta com restrição total de glĂșten.
Quando a proteĂna é excluĂda da alimentação os sintomas desaparecem. A maior dificuldade dos pacientes é conviver com as restrições dos hĂĄbitos alimentares. A doença não tem cura, por isso a dieta deve ser seguida rigorosamente por toda a vida.
HĂĄ ainda o risco de contaminação cruzada, quando hĂĄ transferĂȘncia indireta de contaminantes de um alimento, utensĂlio, vetor ou manipulador para alimentos que serão consumidos – o que pode ocorrer nas diferentes etapas de produção do alimento (pré-preparo, tratamento, armazenamento, transporte, serviço). São fontes de contaminação esponjas, panos de prato, colher de pau, óleo para fritura e panelas, dentre outros.
CelĂacos só podem ingerir alimentos feitos em cozinhas descontaminadas.
(Assessoria PMU)