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Zema investe apenas 0,13% do orçamento da assistência social em Minas Gerais

Por Brasil de Fato

01/06/2023 às 09:50:19 - Atualizado hĂĄ
Brasil de Fato

O representante da categoria afirma ainda que a remuneração e as condições de trabalho do setor são preocupantes e impactam no serviço prestado. De acordo com Leonardo, a maioria dos servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese), como advogados, assistentes sociais, psicólogos, entre outros, ganham em média dois salĂĄrios mĂ­nimos.

"É uma afronta quando a gente vĂȘ o governador aumentar seu próprio salĂĄrio em 300%, enquanto trabalhadores que atuam nas diversas proteções da polĂ­tica de assistĂȘncia social ganham menos de dois salĂĄrios mĂ­nimos", pontua.

Estado mĂ­nimo

Na avaliação de Dimas Souza, professor de ciĂȘncia polĂ­tica da PontifĂ­cia Universidade Católica (PUC Minas), a situação da assistĂȘncia social em Minas Gerais é fruto da polĂ­tica liberal defendida pelo Novo, partido do governador Romeu Zema (Novo).

O cientista polĂ­tico reforça que a ideologia defendida por Zema, que prega uma atuação mĂ­nima do Estado em favor da população, de fato não traz nada de novo, pois data do século 17. Dimas explica ainda que, na prĂĄtica essa polĂ­tica representa menos participação do Estado, ou seja, do governo, na garantia de direitos bĂĄsicos, como saĂșde, educação e geração de renda.

"É uma polĂ­tica neoliberal, privatista e também autoritĂĄria, que atropela e silencia os conselhos populares e órgãos representativos. É um projeto liberal e não democrĂĄtico", pontua.

Além de autoritĂĄrio, o discurso de Romeu Zema também é contraditório. Isso porque, apesar de pregar que o Estado não deve servir ao povo, o governador utiliza a mĂĄquina pĂșblica em favor do lucro de empresas privadas.

"O favorecimento de isenções fiscais do governo de Minas à Localiza, por exemplo, é uma vergonha. Assim como as facilitações às mineradoras. É um projeto que usa o Estado apenas para beneficiar as elites", critica.

Repulsa aos pobres

Para Leonardo Koury, o governo tem repulsa aos mais pobres. O professor pontua que, além da falta de investimento na assistĂȘncia social, Zema jĂĄ declarou em alguns momentos o que pensa da população carente de Minas Gerais.

Em outubro de 2021, após anunciar o auxĂ­lio emergencial estadual para os afetados com a pandemia da covid-19, o governador declarou que o pagamento seria feito em parcela Ășnica, porque corria o risco de "muita gente gastar o dinheiro do auxĂ­lio emergencial em bar".

O anĂșncio do auxĂ­lio aconteceu um ano e meio após o governo ter criado o benefĂ­cio que ofertava aos alunos da rede estadual um valor de R$ 50 para subsidiar a alimentação do estudante durante todo o mĂȘs.

Ataques à ConferĂȘncia Estadual de AssistĂȘncia Social

Para piorar o cenĂĄrio, representantes da sociedade civil nos conselhos municipais e estadual denunciam que hĂĄ uma negligĂȘncia da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese) com a organização para a ConferĂȘncia Estadual de AssistĂȘncia Social, prevista para os dias 3, 4 e 5 de outubro.

Maria Aparecida Bayão, representante do Fórum de UsuĂĄrios da AssistĂȘncia Social, explica que a pasta tem ignorado a organização do evento, e que os custos para os encontros preparatórios, como transporte, alimentação e hospedagem, não tĂȘm sido garantidos pelo governo. De acordo com a Lei 12.262, de 1996, é responsabilidade de Minas Gerais prover os recursos necessĂĄrios.

A conselheira relata ainda que, recentemente, em uma reunião com os conselheiros, após uma discordância, o governo se retirou da mesa de negociação, sem qualquer retorno ou possibilidade de diĂĄlogo com a comunidade. "É um descaso com os conselheiros, um desrespeito. É muito triste falar do conselho, porque era para ser uma casa de todos", desabafa.

O que diz o governo?

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social foi questionada sobre as denĂșncias dos conselheiros a respeito dos impedimentos para a organização da ConferĂȘncia Estadual. Também foi solicitado à pasta um esclarecimento quanto aos recursos disponĂ­veis para execução dos programas do setor e a situação da regionalização dos Creas.

Assim que chegarem as respostas, esta matéria serĂĄ atualizada.

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