Política Operação Venire

PF e Moraes barram bote de Bolsonaro, PL e Barros-Cid (por Vitor Hugo)

Justiça abala os alicerces do bolsonarismo

Por Redação

08/05/2023 às 13:28:02 - Atualizado há
Foto: Reprodução

Inútil esconder ou disfarçar: os segredos mal guardados dos telefones celulares apreendidos, pelos agentes da Polícia Federal em Brasília e Rio de Janeiro, durante a inesperada e cirúrgica "Operação Venire", na quarta-feira, 3, resultaram em tiros certeiros nas asas do bolsonarismo e seus seguidores de ultra direita, nos planos imediatos de levantar novos vôos políticos e promover atos de tumultos e desassossego antidemocrático no país, para chumbar e imobilizar – a partir de sinais explícitos emitidos nas comemorações do 1° de Maio – o governo irritadiço e desconexo, mas democraticamente eleito, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os fatos desta semana, somados a sonoros fracassos anteriores e da grave da tentativa frustrada de golpe no 8/1, no DF – pelo já apurado – apontam para um bote criminal e político ainda mais sério e mais profundo.

Planejada, pelo comando da PF, para cumprir 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e Rio, a Venire produziu resultados bem superiores, apenas com apreensão do celular do tenente coronel Mauro Cid, ajudante de ordem, espécie de fac-totum do ex- presidente Bolsonaro. Na quebra do sigilo do material recolhido, a exemplo do celular de Mauro Cid, sai coisa de todo tipo. Até mesmo um plano de sequestro em casa, num domingo, e prisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, surge na conversa por telefone, deslavadamente golpista, do ex-major Ailton Barros – chamado pelo ex-capitão presidente de "meu segundo irmão" – com o tenente coronel Cid. É cedo para avaliar o alcance da Venire, destinada a "esclarecer ações da associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde". Difícil dizer, também, onde poderão chegar as investigações da PF e da Justiça criminal e civil, contra os fraudadores de dados do sistema de saúde pública. Mas alguns impactos políticos e o refluxo no ensaio da nova ofensiva bolsonarista e da direita em seu núcleo, no PL de Waldemar Costa Neto e do ex- mandatário, são imediatos e notórios.


Por exemplo: foi cancelada a viagem de Bolsonaro, para discursar no encontro da direita européia em Portugal, na semana que vem. Um baque – de repercussão internacional – no plano de retorno de Bolsonaro, atual líder da direita radical brasileira, às conversas nos cercadinhos, às motociatas e palanques nos estados, falas em igrejas evangélicas, e conclaves internacionais, do tipo deste em Lisboa, para "chumbar" o governo de Lula, como dizem os portugueses.


Ao modo do ocorrido em 1° de Maio, na abertura da Agrishow, maior feira do Agronegócio no país, quando Bolsonaro desfilou sob o simbólico guarda-chuva de proteção política e de segurança do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, fato que mexeu com os nervos de núcleos importantes do Partido dos Trabalhadores e de aliados de peso da chamada frente democrática de apoio ao atual presidente da República, que, na capital paulista, participou do ato público do Primeiro de Maio das centrais sindicais, no simbólico Vale do Anhangabaú, ao lado do líder da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre. Dois dias depois, o mês de maio começou a pegar fogo, principalmente no Congresso, e veio a Operação Venire, que abala os alicerces do bolsonarismo e o faz refluir para a defensiva. O resto a conferir.

Fonte: Metrópoles
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