PolĂ­tica

Lula levanta faixa contra marco temporal e diz que vai demarcar 'maior número possível de terras indígenas'

Presidente assinou decretos de demarcação de seis terras indĂ­genas nesta sexta-feira (28), durante encerramento do acampamento Terra Livre. No acampamento Terra Livre, Lula levanta faixa contra marco temporal

Por G1

28/04/2023 às 11:41:13 - Atualizado hĂĄ
TV Globo/Reprodução

O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (28) que o governo vai trabalhar para demarcar o "maior nĂșmero possĂ­vel de terras indĂ­genas". A declaração foi dada durante evento de encerramento do acampamento indĂ­gena Terra Livre, em BrasĂ­lia.

Na cerimônia, o presidente assinou os decretos de demarcação de seis terras indĂ­genas e também levantou uma faixa contra o marco temporal sobre essas terras, questão em anĂĄlise no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Nós vamos legalizar as terras indĂ­genas, é um processo um pouco demorado, a nossa querida ministra sabe do processo, tem que passar por muitas mãos e a gente vai ter que trabalhar, a gente vai ter que trabalhar muito para que a gente possa fazer a demarcação do maior nĂșmero possĂ­vel de terras indĂ­genas. Não só porque é um direito de vocĂȘs, mas porque se a gente quer chegar em 2030 com desmatamento zero na Amazônia a gente vai precisar de vocĂȘs como guardiões da floresta", disse.

A faixa levantada pelo presidente foi levada por um participante do acampamento. Lula pediu para que ele entregasse o material e o exibiu no palco.

Demarcação de terras

As seis terras indĂ­genas homologadas por decreto durante a cerimônia desta sexta são:

Arara do Rio Amônia (AC), do povo Arara

Kariri-Xocó (AL), do povo Kariri-Xocó

Rio dos Índios (RS), do povo Kaingang

Tremembé da Barra do MundaĂș (CE), do povo Tremembé

AvĂĄ-Canoeiro (GO), do povo AvĂĄ-Canoeiro

Uneiuxi (AM), do povo Maku Nadëb

São as primeiras homologações de terras indĂ­genas do terceiro mandato de Lula e, segundo o governo, encerram um perĂ­odo de cinco anos sem demarcações. A homologação, feita por decreto assinado pelo presidente da RepĂșblica, é o Ășltimo ato antes do registro formal da terra indĂ­gena.

Também durante a cerimônia, a ministra dos Povos IndĂ­genas Sônia Guajajara e o ministro do Desenvolvimento Social Wellington Dias assinaram um termo de execução para liberação de R$ 12,3 milhões, que serão usados na compra de insumos, ferramentas e equipamentos às casas de farinha das comunidades Yanomami.

Em discurso, a ministra Sônia Guajajara disse que os Ășltimos anos, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram de "negação dos direitos indĂ­genas".

"Nos Ășltimos anos nós sofremos as consequĂȘncias de uma polĂ­tica totalmente voltada à negação dos direitos indĂ­genas, com nenhum centĂ­metro de terras demarcadas, uma institucionalização do genocĂ­dio através do enfraquecimento das polĂ­ticas indigenistas e ambiental pelo estado brasileiro", disse

"Vivenciamos a intensificação dos ataques aos povos e terras indĂ­genas. A negação do direito à consulta livre, prévia e informada, a perseguição e a criminalização dos defensores e defensoras dos direitos humanos e socioambientais", continuou.

A ministra defendeu que, para além dos indĂ­genas, o enfraquecimento da polĂ­tica ambiental e o aumento do garimpo atinge a todos os brasileiros.

"É claro que tudo isso nos afeta, mas afeta também aos não indĂ­genas, esse tipo de ação criminosa afeta o ar que nós respiramos, que é o mesmo ar que todos respiram, afetam o acesso a ĂĄgua limpa de que nós precisamos, mas que é a mesma ĂĄgua que todos bebem e que precisam para sobreviver", disse.

O cacique Raoni Metuktire, uma das principais lideranças indĂ­genas do paĂ­s, afirmou que pedirĂĄ a Lula para agilizar a demarcação de novas terras indĂ­genas e mais recursos financeiros para a Fundação Nacional dos Povos IndĂ­genas (Funai) e outros órgãos que executam polĂ­ticas pĂșblicas voltadas a essa população.

Acampamento Terra Livre

O acampamento Terra Livre ocorre anualmente e é considerado o maior encontro de etnias do Brasil, reunindo diversos indĂ­genas de todo o paĂ­s. A edição deste ano começou na segunda-feira (24), com a presença de 6 mil indĂ­genas. O grupo ficou acampado próximo ao Teatro Nacional.

Segundo os organizadores, a principal agenda do evento neste ano foi reforçar a necessidade da demarcação de terras indĂ­genas, além de pedir o fim das violĂȘncias e decretar "emergĂȘncia climĂĄtica".
Fonte: G1
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