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Bolsonaro chega à Polícia Federal para depor no inquérito de atos de 8 de janeiro

Por Lucas Rocha, com informações de Elijonas Maia e Douglas Porto

26/04/2023 às 10:30:20 - Atualizado hĂĄ
Oeste Online

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou à PolĂ­cia Federal (PF), na manhã desta quarta-feira (26), para depor sobre os ataques do dia 8 de janeiro contra as sedes dos TrĂȘs Poderes em BrasĂ­lia.

A PF investiga Bolsonaro no inquérito como instigador, pelas postagens na internet sobre o resultado das eleições presidenciais do ano passado e, principalmente, por uma postagem no dia 10 de janeiro, dois dias após os atos.

A publicação questionava, mais uma vez, as urnas e o resultado eleitoral, mas foi apagada logo em seguida. Segundo a PF, a parte em que investiga "instigadores" é sobre aqueles que, de alguma forma, alimentaram e instigaram ações de quem não aceitava o resultado das urnas, até culminar nos atos antidemocrĂĄticos.

Bolsonaro passou a ser investigado formalmente na categoria de instigadores após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR).

Junto ao ex-chefe do Executivo devem estar presentes os advogados Paulo Bueno, Marcelo Bessa e Fabio Wajngarten, que era secretĂĄrio de Comunicação durante a gestão de Bolsonaro na PresidĂȘncia da RepĂșblica.

Esta serĂĄ a segunda vez que Bolsonaro serĂĄ ouvido pela PF desde que deixou o governo. A primeira vez foi no dia 5 de abril, mas referente ao caso das joias trazidas da ArĂĄbia Saudita.

A CNN apurou que, para este novo depoimento, a PF não pediu à PolĂ­cia Militar do Distrito Federal escolta ou reforço na segurança do prédio-sede que fica na Asa Norte.

A ação difere da oitiva anterior, em que cerca de 300 policiais militares cercaram o edifĂ­cio e fizeram barricadas para a passagem do carro do ex-presidente.

Outros depoimentosNos Ășltimos dias, a PolĂ­cia Federal colheu os depoimentos do general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e de um grupo de militares que esteve no PalĂĄcio do Planalto do dia dos ataques. Os depoimentos foram determinados depois que a CNN divulgou novas imagens exclusivas do dia dos atos criminosos.

Gonçalves Dias disse à PF que acredita ter acontecido um "apagão geral" do sistema de inteligĂȘncia, dada a falta de informações para a tomada de decisões durante os ataques criminosos de 8 de janeiro.

Ele também negou ter sido omisso durante os ataques e afirmou que não tem responsabilidade sobre o caso.

STF torna réus 100 denunciados por atos de 8 de janeiroO STF terminou na segunda-feira (24) a anĂĄlise das primeiras denĂșncias contra envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A Corte tornou réus 100 pessoas acusadas de incitar e executar os ataques que culminaram com a depredação das sedes dos TrĂȘs Poderes.

Neste primeiro momento, os ministros do STF analisam denĂșncias de dois grupos. Cinquenta denunciados foram presos em 9 de janeiro no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército e fazem dos incitadores dos atos, conforme a PGR.

As outras 50 pessoas foram presas em flagrante dentro dos prédios dos TrĂȘs Poderes ou nas imediações. Elas Integram o grupo classificado como de executores dos atos.

No caso dos executores, as denĂșncias apontam o cometimento dos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado DemocrĂĄtico de Direito (golpe de Estado), dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

JĂĄ os que são investigados como incitadores podem responder por incitação equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais e associação criminosa.

Votaram para receber as denĂșncias oferecidas pela PGR o relator, ministro Alexandre de Moraes, e os ministros Dias Toffoli, Edson Fachin, CĂĄrmen LĂșcia, Gilmar Mendes, LuĂ­s Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber.

Moraes disse em seu voto que as condutas dos denunciados são gravĂ­ssimas e que é inconstitucional a propagar ideias contrĂĄrias ao Estado democrĂĄtico e realizar manifestações com o fim de uma ruptura institucional.

André Mendonça e Nunes Marques concordaram com o relator com ressalvas no processo dos executores. Nos instigadores, ambos divergiram.

"Superada a incompetĂȘncia, rejeitar as denĂșncias oferecidas contra os réus, no ÃÂąmbito do Inq 4.921, com fundamento no art. 395, inciso I e III, do Código de Processo Penal, e, em consequĂȘncia, a revogar todas as medidas cautelares diversas da prisão contra eles decretadas, sem prejuĂ­zo da continuidade das investigações e do oferecimento de nova denĂșncia em relação a eles, no foro competente, no caso de surgimento de novos elementos de prova que efetivamente possam demonstrar a existĂȘncia de justa causa e indĂ­cios mĂ­nimos de autoria, condição imprescindĂ­vel para instauração da ação penal", disse Nunes Marques em seu voto.

A maioria de votos havia sido formada em 19 de abril. A anĂĄlise das denĂșncias foi feita no plenĂĄrio virtual. No formato, não hĂĄ debate, e os ministros depositam seus votos no sistema eletrônico da Corte. O julgamento começou em 18 de abril, dia em que se completaram 100 dias dos ataques às sedes dos TrĂȘs Poderes.

Mais 200 denunciadosO STF começou a analisar na terça-feira (25) mais 200 denĂșncias contra envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O ministro Alexandre de Moraes votou a favor para tornar os denunciados réus.

Caso os demais ministros aceitem as denĂșncias e acompanhem o relator, os acusados se tornam réus e passam a responder à ação penal na Corte.

Foram colocadas em pauta 100 denĂșncias contra investigados suspeitos de serem os executores dos ataques. As outras 100 denĂșncias que serão analisadas foram apresentadas contra investigados no inquérito que mira os instigadores dos atos.



Fonte: Oeste Online
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