Análise BBB23: Edição derrapa no meio do caminho e não agrada o público

Na noite desta terça-feira (25), o público conheceu a grande campeão do "BBB23". Amanda Meirelles ganhou o prêmio após disputar a final com Aline Wirley e Bruna Griphao.

O fato é que a vigésima edição do "Big Brother Brasil" chegou ao fim com menos popularidade que as três últimas edições do programa. Segundo dados de pesquisa, a penúltima semana do reality da Globo teve a menor média de audiência da temporada. Entre os dias 17 e 23 de abril, o reality marcou 17,5 pontos em São Paulo. No mesmo período, a edição passada fez 21,9 pontos e o "BBB21" marcou 28,4.

A cada edição, a expectativa do público é grande para a estreia do reality, que estreia em janeiro. E no fim, o público geralmente pede mais, mas não desta vez. Muita gente já se mostrou aliviada da atração ter chegado ao fim. Mas "se você pudesse me dizer, se você soubesse o que fazer, o que você faria, aonde iria chegar?", já diz a canção de abertura da atração. Essa também não seria uma dica para a produção do programa?

O que falar de uma edição do programa de sucesso onde as finalistas nem de longe poderiam ser previstas nas primeiras semanas da atração. Qual teria sido o motivo de Fred Nicácio, uma das personalidades fortes deste ano do reality ter sido eliminado duas vezes? E Cezar Black, tão carismático, odiado e amado ao longo da edição, deixou o programa. E Ricardo Alface? O biomédico fez um belíssimo jogo, mas não segurou até o fim. E olha que essa que voz fala nem torcia para esses participantes, mas via neles possibilidade de chegar a final do reality. Isso se falar em Domitila e Sarah Aline. A cada eliminação dava pra sentir o ar de descontentamento de Tadeu Schmidt.

Sem entrar na questão das quatro finalistas, que daria uma outra análise aqui, vale lembrar o desespero da produção com a polêmica do comportamento de MC e Cara de Sapato com Dania Mendez, participante do "La Casa dos Famosos" que foi escolhida como convidada no intercâmbio entre o reality da Globo e do México.

Mas será que o "BBB23" deu errado mesmo ou foram as três últimas edições que deram certo demais. A estreia do novo estilo do programa, que reuniu famosos e anônimos nos grupos "Camarote" e "Pipoca", foi a grande sacada da produção e teve um elenco de sucesso, nos dois grupos, em 2020.

Apesar de não ter a final mais previsível, a vigésima edição do programa teve momentos que realmente agradava o público. No meio do caminho uma pandemia, que ironicamente também confinou os telespectadores em suas casas. Sedentos de entretenimento, o público acabou fazendo da edição uma das mais assistidas da história do "Big Brother Brasil". Em Paredão histórico, com mais de um bilhão de votos, Felipe Prior foi o décimo eliminado da edição. De casa, podia-se ouvir os gritos de prédios vizinhos da torcida contra ou a favor.

A edição seguinte do programa também deu seguimento ao sucesso da nova fórmula do reality. Apesar de participantes polêmicos, como Karol Conká, Lumena e Lucas Penteado, que abandonou o programa na metade, o programa mantinha a boa audiência e consagrou Juliette campeã e uma das participantes que mais conquistou fãs ao longo da edição.

Mas será que o "BBB22" teve o mesmo sucesso das duas edições anteriores. Apesar do embate entre Jade Picon e Arthur Aguiar agradar grande parte do público, que consagrou o ator campeão. Mesmo assim, o reality teve momentos de críticas de grande parte do público que não gostou da performance de alguns brothers e sisters. Mas será que ali já não poderia ser previsto que em algum momento a coisa poderia piorar.

E eu termino com mais algumas perguntas. Existe realmente uma fórmula para um reality de confinamento dar certo? Tem como prever como um grupo de pessoas vai reagir ao ficar isolado tanto tempo num espaço que mistura vários tipos de personalidades e realidades de vida? Tem como acertar qual candidato ao programa cairia no gosto popular de forma mais plausível. Essas são as perguntas que ficam. E que venha o "BBB24".