Política

Em conversa com Celso Amorim, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA se mostrou preocupado com as declarações de Lula

Fontes que tiveram conhecimento da ligação disseram que o conselheiro reclamou das falas do presidente brasileiro "educadamente", mas 'diretamente'. Conselheiro de Segurança dos EUA se mostrou preocupado com declarações de Lula

Por G1

20/04/2023 às 02:14:24 - Atualizado há
Leah Millis/Reuters

O Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, reclamou e se mostrou preocupado com as declarações de Lula sobre a Guerra da Ucrânia durante telefonema com Celso Amorim, nesta terça-feira (18).

A Casa Branca divulgou um comunicado afirmando que Sullivan e Amorim conversaram ao telefone sobre relações bilaterais e globais, além da guerra.

Uma fonte que teve conhecimento da ligação afirmou que Sullivan "passou os primeiros cinco minutos do telefonema, educadamente, mas muito diretamente, reclamando não apenas das declarações de Lula, mas que ele usou informação imprecisa ao sugerir que os EUA, de alguma forma, são responsáveis pela guerra e não querem a paz".

Sullivan também lembrou o fato de Lula ter tido um bom encontro com Biden na Casa Branca, em fevereiro, e não ter criticado a China, mas que "sentiu a liberdade de criticar os EUA de lá da China, o que deu a impressão de ter tomado um lado".

As fontes contaram que o tom da conversa foi tranquilo. Sullivan foi educado e não elevou o tom, mas foi bem direto ao dizer que os Estados Unidos não concordam com as declarações de Lula.

Segundo as fontes que souberam do conteúdo da conversa, Amorim fez o possível para assegurar a Sullivan que a intenção de Lula não era ofender os Estados Unidos ou sugerir que o governo americano não quer a paz.

Questionado se o telefonema amenizou a situação, as fontes asseguram que os EUA têm confiança na relação com o Brasil e que Biden tem confiança e quer uma relação ambiciosa com o Brasil.

"No entanto, isso não significa que não vamos ser diretos sobre preocupações e quando discordarmos de algo", afirmou uma fonte.

Críticas dos EUA

O telefonema foi feito após os Estados Unidos criticarem falas do presidente Lula sobre a guerra. Durante visita à China e Emirados Unidos, o petista acusou os EUA e países da Europa de prolongarem o conflito ao fornecerem armas para a Ucrânia se defender.

Após as falas de Lula, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, disse que o Brasil "está papagueando a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos em absoluto".

Nesta terça-feira, questionada pela TV Globo, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que o Brasil "não usou um tom de neutralidade", que "está claramente errado" ao argumentar que os Estados Unidos estão encorajando a guerra e que a Casa Branca "vai continuar falando contra isso".

Ao blog da Ana Flor, Celso Amorim disse que Lula está buscando um caminho de paz no conflito entre Rússia e Ucrânia e que "não está apontando o dedo para ninguém".

"Lula não quis ofender ninguém", afirmou Amorim.

Ainda na terça-feira, durante almoço no Palácio do Itamaraty com o presidente da Romênia, Lula amenizou o tom e condenou a "violação da integridade territorial" da Ucrânia.

"Precisamos criar urgentemente um grupo de países que tente sentar-se à mesa tanto com a Ucrânia como com a Rússia para encontrar a paz", declarou.

Mas a percepção em Washington é que Lula perdeu a credibilidade para mediar a paz. Uma fonte afirmou que o presidente brasileiro "não é percebido como um ator objetivo e isso limita a capacidade dele de negociar".
Fonte: G1
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