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Ministros na Câmara: após baixaria contra Dino, oposição suaviza tom com Nísia Trindade

Por Brasil de Fato

13/04/2023 às 00:05:43 - Atualizado hĂĄ
Brasil de Fato

A ministra da SaĂșde NĂ­sia Trindade foi nesta quarta-feira (12) à Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara para dar explicações sobre um programa que introduz medidas de combate a racismo, machismo e LGBTQfobia entre trabalhadores do Sistema Único de SaĂșde (SUS).

A autora da convocação, deputada Coronel Fernanda (PL-MT), acusou o ministério da SaĂșde de inserir "ideologia de gĂȘnero" nas relações de trabalho da saĂșde pĂșblica e foi seguida por parlamentares de direita, como Nikolas Ferreira (PL-MG), que engrossaram o discurso contra a iniciativa da pasta.

"Essa discussão de gĂȘnero e raça não é nenhuma novidade. Ela vem desde a Segunda Guerra Mundial. Como gĂȘnero e raça são marcadores de desigualdades sociais, em um governo comprometido com a redução da desigualdade é fundamental que haja polĂ­ticas que contribuam nessa direção", justificou NĂ­sia Trindade.

O clima desta vez foi bem mais ameno do que o empregado no dia anterior, terça (11) contra o ministro FlĂĄvio Dino da Segurança PĂșblica, que foi impedido de responder perguntas. A sessão foi marcada por interrupções, gritos e ofensas entre parlamentares. A confusão só teve fim com o encerramento precoce do depoimento de Dino.

O convite para ministros se explicarem em comissões da Câmara faz parte da estratégia da oposição no Congresso. Como ocorreu com FlĂĄvio Dino, o plano é levantar temas com potencial de desgastar o governo federal junto ao eleitorado mais conservador.

NĂ­sia negou defesa do aborto em discurso de posse

Questionada por uma maioria de mulheres, NĂ­sia Trindade evitou embates diretos, mas manteve a defesa de polĂ­ticas afirmativas no SUS e da inciativa que motivou sua convocação, o chamado Programa Nacional de Equidade de GĂȘnero, Raça e Valorização das Trabalhadoras no SUS.

Primeira mulher a comandar a pasta criada hĂĄ 70 anos, a ministra da SaĂșde citou o próprio caso como evidĂȘncia de machismo no setor. Uma das abordagens mais contundentes contra a ministra foi a de Nikolas Ferreira, autor de um discurso transfóbico feito no Dia da Mulher. O parlamentar acusou NĂ­sia de defender o aborto em seu discurso de posse.

"Em nenhum momento fiz isso", rebateu NĂ­sia. "O que defendi e defendo é o acolhimento a mulheres e meninas que estão em situações nas quais a lei ampara a prĂĄtica do abordo", prosseguiu a ministra.

Em quase trĂȘs horas e meia de uma sessão sem gritos nem xingamentos, a pauta que motivou a ida de NĂ­sia à Câmara foi perdendo força. A despeito de reivindicações por melhorias na SaĂșde dos estados, o clima de respeito foi elogiado por deputadas governistas e da oposição.

"Não sou esquerda e não sou PT, mas não precisa ser do PT ou ser esquerda para compreender muito bem esse programa [de combate ao racismo e machismo no SUS]. Pelo que eu li, a portaria se resume a respeito. Não é uma questão de ideologia de gĂȘnero. Essas palavras [ideologia de gĂȘnero] devem ser esquecidas", pontuou Silvye Alves (União-GO).

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