PolĂ­tica Atos antidemocrĂĄticos

Moraes está chegando aos financiadores de ato golpista, diz presidente da CPI

Ministro Alexandre de Moraes e deputados que compõem CPI se reuniram para discutir informações sobre inquĂ©ritos em aberto

Por Alan Rios

29/03/2023 às 15:52:12 - Atualizado hĂĄ
O ministro Alexandre de Moraes e sete deputados distritais reúnem-se, na manhã desta quarta-feira (29/3), para tratar das investigações sobre os atentados contra a democracia - Foto: Divulgação

As investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre manifestações antidemocrĂĄticas estão perto de identificar os maiores financiadores dos atos golpistas, segundo o deputado distrital Chico Vigilante (PT), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a tentativa de golpe em BrasĂ­lia, no dia 8 de janeiro de 2023.

Nesta quarta-feira (29/3), os deputados que compõem a CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) se reuniram com o ministro Alexandre de Moraes, do STF. O integrante da Suprema Corte e os parlamentares dialogaram por mais de uma hora.


Durante o encontro, o ministro mencionou que as investigações apuram quem são os financiadores dos atos promovidos por bolsonaristas, com divisões entre pequenos e grandes investidores, além do nĂșcleo de organização.


"Falamos para ele da necessidade de compartilhar com a CPI dados investigados pelo Supremo Tribunal Federal. Moraes designou um juiz auxiliar do gabinete dele para ter contato com nosso procurador da comissão. O que puder ser compartilhado serĂĄ", enfatizou o distrital Chico Vigilante.


O tema Anderson Torres também entrou na pauta, mas o ministro voltou a lembrar a jurisprudĂȘncia que impede a condução coercitiva do ex-secretĂĄrio de Segurança PĂșblica do Distrito Federal e ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL).


"O ministro, infelizmente, não pode obrigĂĄ-lo [Anderson Torres] a comparecer para falar, mas até brincou, dizendo: "Olha, quando isso foi votado no Supremo, de não ter condução coercitiva, fui contra, mas perdi'", detalhou o deputado, em menção à fala de Alexandre de Moraes.


Colaboração entre investigações

Os deputados distritais pediram acesso a documentos relacionados ao 12 de dezembro, quando houve tentativa de invasão à sede da PolĂ­cia Federal, e ao 8 de janeiro, na invasão e depredação de prédios da Praça dos TrĂȘs Poderes. Depoimentos, laudos, relatórios e imagens de circuitos internos e externos em poder do Supremo, por exemplo, são de interesse da comissão.


O relator da CPI, deputado Hermeto (MDB), demonstrou interesse em aprofundar as denĂșncias contra o Exército. Relatos da Comissão apontam possĂ­vel proteção aos golpistas em casos de tentativas de ações da PolĂ­cia Militar. "Indaguei o ministro, falei que praticamente houve um conflito entre a força de segurança da PolĂ­cia Militar com o Exército Brasileiro para poder tirar aquele acampamento."


Ainda segundo os membros da CPI, Moraes classificou o movimento bolsonarista em frente ao Quartel-General do Exército como criminoso. Ele ainda teria prometido prender em flagrante responsĂĄveis por quaisquer acampamentos futuros semelhantes com pedidos por intervenção militar.


Usados por golpistas

As duas investigações em andamento, no STF e na Câmara Legislativa, mostram que muitas pessoas de fora de BrasĂ­lia foram usadas para dar corpo à tentativa de golpe. Por isso, tanto o ministro quanto os deputados tentam alcançar financiadores. A reunião citou casos de pessoas que estavam em situação de rua em outros estados, mas foram levadas a BrasĂ­lia para os atos.


"O ministro falou que 90% dos vândalos não são de BrasĂ­lia. Até citou o "inocente Ăștil". É aquele que estava lĂĄ dizendo que foi orar. Eles [financiadores] utilizaram muito dos inocentes Ășteis para poder fazer aquilo que eles fizeram no dia 12 e no dia 8", citou Hermeto.


Fonte: Metrópoles
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