Coordenador do Serviço de Cardiologia do Hospital São Vicente adverte que trata-se de um problema de saĂșde pĂșblica
Até 2030, o Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DCM/SBC) estipulou uma meta de redução em 30% a carga de doenças cardiovasculares em mulheres. Segundo levantamento da DCM, as mulheres morrem mais de AVC – Acidente Vascular Cerebral, comumente conhecido por derrame, também são elas que mais apresentam infarto do miocĂĄrdio na ausĂȘncia de obstrução arterial coronĂĄria e também relatam mais ter hipertensão arterial.
"As mulheres tĂȘm caracterĂsticas peculiares, especialmente quando entram na menopausa, e apresentam sintomas atĂpicos de sĂndrome coronariana aguda, infarto do miocĂĄrdio e também evolução para insuficiĂȘncia cardĂaca. Por isso, a importância de ter um acompanhamento, uma prevenção para evitar desfechos negativos", explica o Dr. Felipe Teixeira, coordenador do Serviço de Cardiologia do Hospital São Vicente.
No Brasil, dados da SBC revelam que cerca de 14 milhões de pessoas apresentam alguma doença cardiovascular (DCV) e, pelo menos, 400 mil morrem por ano. No mundo, segundo a Organização Mundial da SaĂșde (OMS), todos os anos 8,5 milhões de mulheres morrem em decorrĂȘncia da doença, o que representa 23 mil óbitos por dia ou uma taxa oito vezes maior do que morte de mulheres por câncer de mama. "As mulheres tĂȘm outros fatores de risco. Por conta das alterações hormonais, que normalmente ocorrem a partir dos 45, 50 anos, aumenta a prevalĂȘncia de hipertensão arterial, dislipidemia, colesterol elevado... ."
Dr. Felipe Teixeira lembra que as doenças cardiovasculares, muitas vezes, são silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas, dessa forma, tanto mulheres quanto homens precisam ficar atentos e fazer consultas regulares a partir dos 35 anos. "As doenças cardiovasculares são um problema de saĂșde pĂșblica, não se pode descuidar do acompanhamento clĂnico e preventivo, que permitirĂĄ uma boa qualidade de vida."
Ele observa que o tratamento das doenças cardiovasculares vai além do medicamentoso e de procedimentos cirĂșrgicos. "O tratamento de hipertensão arterial seja na mulher ou no homem não é só medicação, hĂĄ também uma mudança no estilo de vida importante e um dos focos principais é estimular os exercĂcios fĂsicos regulares", afirma.