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Governo Biden aprova venda de mísseis para caças F-16 para Taiwan

Por A Referência

02/03/2023 às 21:24:17 - Atualizado há

A tensão entre Washington e Beijing deve chegar a um novo nível após o governo Biden anunciar a aprovação de uma potencial venda de armas estimada em US$ 619 milhões para Taiwan. No pacote estão incluídas centenas de mísseis para caças F-16. As informações são da rede CNN.

A venda fortalecerá "a capacidade de Taiwan de fornecer defesa do espaço aéreo, segurança regional e interoperabilidade com os Estados Unidos", disse o Pentágono.

Departamento de Estado dos EUA, por sua vez, indicou que a venda de armas anunciada pelo Pentágono está de acordo com as posições tradicionais do país em relação à China e Taiwan.

"O apoio dos Estados Unidos a Taiwan e as medidas tomadas por este país para fortalecer suas capacidades de autodefesa contribuem para a manutenção da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan e na região", disse o departamento.

Caça F-16 da força aérea taiwanesa decola da base de Hualien (Foto: WikiCommons)


Em comunicado, o Ministério da Defesa taiwanês disse que "a Força Aérea tem plena capacidade de combate nos dois tipos de mísseis que os Estados Unidos concordaram em vender desta vez". E acrescentou: "Além de nos permitir defender efetivamente nosso espaço aéreo contra as provocações dos militares comunistas, também nos ajuda a estocar armas e aumentar nossa resiliência defensiva".

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China reagiu ao anúncio, e rejeitou as alegações de paz dadas pelo governo norte-americano. Em coletiva de imprensa, Mao Ning também disse que Washington deveria interromper tanto as vendas de armas quanto o intercâmbio militar com a ilha semiautônoma.

"As vendas de armas dos EUA prejudicam seriamente a soberania e os interesses de segurança da China, as relações sino-americanas e a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan", disse Ning.

Por que isso importa?

Taiwan é uma questão territorial sensível para a China, e a queda de braço entre Beijing e o Ocidente por conta da pretensa autonomia da ilha gera um ambiente tenso, com a ameaça crescente de uma invasão pelas forças armadas chinesas a fim de anexar formalmente o território taiwanês.

Nações estrangeiras que tratem a ilha como nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o princípio "Uma Só China", que também vê Hong Kong como parte da nação chinesa.

Embora não tenha relações diplomáticas formais com Taiwan, assim como a maioria dos demais países, os EUA são o mais importante financiador internacional e principal parceiro militar de Taipé. Tais circunstâncias levaram as relações entre Beijing e Washington a seu pior momento desde 1979, quando os dois países reataram os laços diplomáticos.

A China, em resposta à aproximação entre o rival e a ilha, endureceu a retórica e tem adotado uma postura belicista na tentativa de controlar a situação. Jatos militares chineses passaram a realizar exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan e habitualmente invadem o espaço aéreo taiwanês, deixando claro que Beijing não aceitará a independência formal do território "sem uma guerra".

A crise ganhou contornos mais dramáticos após a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, em agosto. Foi a primeira pessoa ocupante do cargo a viajar para Taiwan em 25 anos, atitude que mexeu com os brio de Beijing. Em resposta, o exército da China realizou um de seus maiores exercícios militares no entorno da ilha, com tiros reais e testes de mísseis em seis áreas diferentes.

O treinamento serviu como um bloqueio eficaz, impedindo tanto o transporte marítimo quanto a aviação no entorno da ilha. Assim, voos comerciais tiveram que ser cancelados, e embarcações foram impedidas de navegar por conta da presença militar chinesa.

Desde então, aumentou consideravelmente a expectativa global por uma invasão chinesa. Para alguns especialistas, caso do secretário de Defesa dos EUA Lloyd Austin, o ataque "não é iminente". Entretanto, o secretário de Estado Antony Blinken afirmou em outubro "que Beijing está determinada a buscar a reunificação em um cronograma muito mais rápido".

As declarações do chefe da diplomacia norte-americana vão ao encontro do que disse o presidente chinês Xi Jinping no recente 20º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC). "Continuaremos a lutar pela reunificação pacífica", disse ele ao assegurar seu terceiro mandato à frente do país. "Mas nunca prometeremos renunciar ao uso da força. E nos reservamos a opção de tomar todas as medidas necessárias".

Fonte: A Referência
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