Na terça (28), a convenção nacional do partido vai deliberar sobre o uso dos rendimentos do fundo, que gira em torno de R$ 1 milhão por mês.
Vai repensar também a remuneração dos membros dos diretórios, que hoje funcionam com voluntariado. Ambos os pontos eram repetidos como um mantra por eleitores e candidatos da sigla nas últimas eleições, desde que o Novo despontou em 2018 com a candidatura presidencial de Amoêdo e elegeu Romeu Zema governador em Minas Gerais.
Para Amoêdo, que se desfiliou em novembro passado dizendo que o partido foi desfigurado e se distanciou de sua concepção original, mudar os pilares do Novo neste momento é um erro.
"Me chama a atenção que os resultados foram ruins nas eleições e no número de filiados. Mesmo assim, querem remunerar uma gestão que teve resultado ruim. E usando dinheiro público. Quem vai votar a favor da remuneração são as próprias pessoas que serão remuneradas", diz Amoêdo.
Segundo ele, a possibilidade de usar apenas o rendimento do fundo não mitiga o problema porque deveriam considerar a inflação.
"Esse sempre foi um valor do Novo e sempre foi visto como uma questão ética", diz o fundador.
Procurada pelo Painel S.A., a direção atual do Novo afirma que, hoje, a maioria dos dirigentes e mandatários é favorável às mudanças.
"O contexto político e eleitoral mudou muito desde quando o partido foi fundado, em 2011. O fundo partidário aumentou consideravelmente, as doações de pessoas jurídicas foram proibidas, as doações de pessoas físicas foram limitadas, e o fundo eleitoral, que nem sequer existia, corresponde hoje a uma cifra de quase R$ 6 bilhões. Todas essas mudanças tiveram impacto gigantesco nas últimas eleições, o que levou as lideranças do Novo a refletir sobre qual o grau de competitividade elas querem ter", diz a legenda, em nota.