O plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investiga 20 magistrados por postagens político-partidárias. Os procedimentos citam divulgações de fake news, questionamentos ao processo eleitoral, ofensas e xingamentos a candidatos e até apoio a atos terroristas promovidos em Brasília.
De acordo com informações do jornal O Globo, nesta terça-feira (14), uma reclamação disciplinar contra a juíza do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) Ludmila Lins Grilo começará a ser julgada. Ela é acusada de ter atacado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em seu perfil nas redes sociais.
No ano passado, além de Ludmila, outros seis juízes e quatro desembargadores tiveram suas contas nas redes sociais bloqueadas por conta dessas manifestações. Vale destacar que parte dos profissionais investigados já recebeu sanções.
A magistrada foi acusada de fazer publicações com tom depreciativo sobre decisões do STF e da Justiça Eleitoral. Na ocasião, ela compartilhou uma postagem com o título "Os perseguidores-gerais da República do Brasil" junto com uma montagem dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
O juiz Fabrício Simão da Cunha Araújo também é apontado em um pedido de providências no qual é acusado de questionar a segurança do sistema eleitoral. A desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), fez uma publicação elogiando manifestações antidemocráticas e também está entre um dos procedimentos.
Já o desembargador Marcelo Lima Buhatem responde a uma sindicância por sugerir "engajamento político-partidário em prol de um candidato ou desabono a outro". As publicações feitas por Antônio Francisco Montanagna, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, também foram classificadas como "expressões de cunho discriminatório, com vinculação a um dos candidatos à Presidência da República".
Todos os processos foram abertos a partir de uma portaria assinada em setembro do ano passado por Luís Felipe Salomão. O Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, por sua vez, afirmou que "tomou conhecimento das postagens por meio da imprensa" e que os magistrados são responsáveis pelo conteúdo publicado.