Ministério Público do Paraná ofereceu duas denúncias por conta de episódios acontecidos no litoral do estado. Dois dos denunciados são irmãos gêmeos. Relembre o caso. Operação do Gaeco apreendeu armas, drogas e dinheiro com PMs investigados, em Guaratuba
Divulgação/Gaeco
A Justiça Militar do Paraná aceitou a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra três policiais militares suspeitos de tortura e abuso de autoridade no litoral do estado. Dois dos denunciados são irmãos gêmeos. Relembre o caso abaixo.
As denúncias fazem parte da "Operação Fish" realizada em agosto de 2022 que foram recebidas pelo Juízo da Vara da Auditoria Militar de Curitiba. Caso sejam condenados, a pena pode passar de 10 anos de prisão.
O juiz Leonardo Bechara afirmou que há indícios suficientes para instauração de ação penal.
Segundo o MP-PR, são duas denúncias. A primeira é contra os dois irmãos gêmeos, Ricardo Chiarello Marchesi e Rodrigo Chiarello Marchesi. A outra é de Sidney Vettori de Moura.
O órgão afirma que em 14 de maio de 2021 em Pontal do Paraná, no litoral do estado, os dois entraram em uma casa com a suspeita de que lá morava uma mulher vinculada ao tráfico de drogas.
Conforme a denúncia, os PMs teriam agredido e torturado o companheiro da mulher por cerca de 40 minutos, a fim de conseguir informações sobre o tráfico de drogas. De acordo com o MP, um dos acusados gravou parte da violência.
A segunda denúncia diz respeito a outra situação de tortura, mas em Guaratuba, segundo o MP-PR. Em agosto de 2022, os irmãos, junto com um terceiro policial, entraram em duas casas e torturaram dois moradores.
De acordo com o MP-PR, uma das vítimas foi torturada em frente à própria esposa, que estava grávida na época.
A denúncia aponta que as torturas aconteceram para que as vítimas indicassem se havia drogas escondidas no local.
Os dois irmãos gêmeos estão presos desde agosto de 2022. Em outras denúncias eles foram acusados de tráfico de drogas e posse ilegal de armas. O terceiro policial foi preso preventivamente no início de fevereiro, conforme o MP-PR.
O advogado do policial Sidney disse à RPC que o cliente não teve participação no crime.
"Policial militar não teve qualquer participação, qualquer atuação nessas torturas e nós vamos deixar isso muito bem claro durante a instrução processual", falou.
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Operação Fish
Gaeco apreendeu R$ 70 mil em operação contra dois PM, em Guaratuba
Divulgação/Gaeco
A "Operação Fish" foi desencadeada em agosto de 2022, quando houve busca e apreensão de armas irregulares, drogas e balanças em uma sala utilizada pelos policiais na sede da Companhia da Polícia Militar de Guaratuba.
A operação contou com a participação da Corregedoria da Polícia Militar.
No local também foi encontrada a chave de um veículo que era mantido no pátio da unidade da PM, no qual foram localizadas armas, munições irregulares, maconha e cocaína.
Relembre: Irmãos PMs são presos suspeitos por posse ilegal de armas e munição, em Guaratuba
Os primeiros presos foram os PMs gêmeos, um 2º sargento e um soldado. Na casa do sargento, segundo o Gaeco, foram apreendidos R$ 70 mil em espécie e R$ 205 mil em cheques.
Na época, o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, afirmou que os policiais "cometiam sucessivos atos de abuso de autoridade, inclusive com ameaças de plantarem, eventualmente, drogas para fazer aquela pessoa ser levada à prisão e até, eventualmente, armas atribuídas àquelas pessoas em relação às quais eles eram chamados a observar".
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