Em 8 de janeiro, grupos radicais depredaram Brasília e atacaram os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, reuniu informações de 71 pessoas suspeitas de participação nos atos antidemocráticos que aconteceram neste início de ano. Em 8 de janeiro, grupos radicais depredaram Brasília e atacaram os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Por canais de atendimento do Gaeco, foram recebidas 140 comunicações relativas a possíveis participações nos atos. Considerando-se que algumas comunicações foram repetidas e ainda que houve mais de uma denúncia sobre algumas pessoas, foram analisadas 108 situações individualizadas. Destas, 37 não tinham consistência suficiente, restando as 71 pessoas com indícios de atuação ilegal.
De acordo com o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, é possível que alguns dos envolvidos já sejam alvos de investigação pelo Ministério Público Federal (MPF). "De qualquer modo, como ficou estabelecido, o MPPR fez a remessa dado que, no momento, há um juízo universal quanto aos atos, que é o Supremo Tribunal Federal (STF)", explicou.
Entre os casos encaminhados ao MPF, 24 foram de possíveis participantes ou executores de atos ilegais (especialmente as ações de vandalismo ocorridas no dia 8 de janeiro em Brasília), 17 de supostos financiadores, 29 que teriam instigado ou incitado ilegalidades e uma autoridade do estado do Rio de Janeiro que teria se omitido de suas funções durante as ações ilícitas.
Os dados foram encaminhados ao Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, do Ministério Público Federal.